Vacinação contra a dengueIsabele Benito / divulgação

"Eu pago R$ 10 a mais do vale-transporte para não ser assaltado e mesmo assim meu acompanhante diário é o medo."
Cláudio é técnico eletrônico, mora em Santa Cruz e desde dezembro resolveu pegar o Frescão (ônibus mais caro) para se livrar dos constantes assaltos nos convencionais.
Pura ilusão. De lá pra cá, já foi assaltado três vezes. Isso mesmo.
Ele pega o Cesarão-Centro, paga R$ 20, a empresa cobre só metade. Cláudio tira literalmente do bolso, mas mesmo assim não deixou de ser vítima.
"Eu tenho dois celulares, um no trabalho e um velho em casa."
Os bandidos entram, pegam celular e dinheiro da carteira. Com as mulheres, gritam alto e exigem que liberem a senha e fazem um Pix ali mesmo antes de pegar o telefone, relata Cláudio.
São sempre agressivos e dizem que ali tem os "ricos" dos trabalhadores cheios de iPhone, já que pagam caro no buzão.
E não pense que isso é ação rápida. "Isabele, eles pagam passagem, sentam e, quando o coletivo pega a seletiva da Brasil, um vai no motorista e dois fazem a limpa."
Lembrando que estamos falando de vias expressas e com batalhão especial.
Deboche de vagabundo não tem limite, covardia muito menos.
Nesse caso, o trabalhador é assaltado duas vezes, pelo criminoso e pagar pra não ter sossego.
3,2,1. Dedo na cara!
TÁ FEIO
Corri para pegar o filho na escola. E chegar no posto a tempo de estar aberto e não pegar fila para vacina. Correria à toa. Zero fila, posto vazio.
Meu filho foi o número 32 da vacinação da dengue, que, por falta de procura, já liberou até os 14 anos.
"A gente fica aqui o dia todo e é assim", confirmou a enfermeira.
Num local como esse, que atende uma população de no mínimo quatro grandes bairros, é um absurdo não ter procura.
O posto que fui na Zona Oeste é reflexo do Rio como um todo. Baixíssima procura, enquanto os números de casos só aumentam.