Ambulantes na Rua Uruguaiana, no Centro do Rio, no dia em que proibição passaria a valerReginaldo Pimenta/Agência O Dia
A equipe de reportagem de O DIA foi à Uruguaiana e constatou a grande quantidade de ambulantes com suas barracas no local, sem qualquer sinal de fiscalização. Ao ser questionada, a Prefeitura do Rio disse, por meio da Secretaria de Ordem Pública (Seop), que a data foi alterada, mas sem informar a nova.
No local, ambulantes comercializavam tranquilamente mochilas, bonés, roupas, itens de higiene e outros diversos objetos em barracas instaladas na rua ou em lonas estendidas na calçada.
A medida, do Prefeito Eduardo Paes (PSD), foi anunciada no mês passado e houve um período para que os ambulantes fizessem sua ficha de cadastro para regularizar os serviços.
O impedimento da instalação de barracas e pontos de comércio na calçada da Rua Uruguaiana foi uma decisão conjunta com o governador Cláudio Castro. Segundo a Seop, parte do material comercializado é oriundo de roubos e furtos.
Além disso, a Seop também esclareceu que a nova data ainda não foi definida, mas que a alteração será divulgada.
Na época do anúncio da proibição, a secretaria disse que, juntamente as forças policiais, iria programar para as semanas seguintes uma ação de ocupação da Uruguaiana para impedir a instalação de ambulantes irregulares e a ocupação ilegal de área pública, além de outras irregularidades, especialmente naquela região onde "sabe-se que parte do material comercializado é oriundo de roubos e furtos".
Proibição gerou reações
As ações da prefeitura e do governo do Estado geraram reações de movimentos dos camelôs. Horas após o anúncio da medida, o Movimento Unido dos Camelôs (Muca-RJ) rebateu: "É lamentável que a gestão municipal opte por estigmatizar todos os camelôs da região, sem distinção e numa promoção que visa marginalizar a categoria na totalidade. Ao invés de promover a exclusão e marginalização desses trabalhadores, acreditamos que as autoridades deveriam buscar soluções mais inclusivas e que atendam às necessidades de todos os envolvidos".
A restrição mencionada por Paes diz respeito aos ambulantes que vendem produtos nas ruas da Uruguaiana. Os camelôs que possuem boxes no camelódromo do local poderão continuar. Esse fato levantou questionamentos dos próprios camelôs e frequentadores da feira. Segundo eles, a proibição afeta somente os ambulantes que estão nas ruas, mas a venda dos celulares estaria acontecendo também nos boxes.
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