Gestante teve parto no chão da recepção de maternidade em Santa Cruz da SerraReprodução
"Ela disse várias vezes que minha irmã só estava tendo contrações de treinamento e que ela não deveria estar lá. Minha irmã conhece o corpo dela, já era mãe de quatro, como que ela não sabia o que estava acontecendo? É muito revoltante tudo isso", contou Carine Adorno, irmã de Queli.
O caso aconteceu entre a noite da última sexta-feira (22) e a madrugada de sábado, quando o bebê acabou nascendo no chão da recepção da maternidade. Segundo o irmão da grávida, Leandro Adorno, a mulher entrou em trabalho de parto enquanto tentava convencer a equipe da unidade de saúde de que seu filho estava para nascer. O momento do parto foi filmado pela família.
Grávida dá à luz no chão de recepção de maternidade em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A família denuncia caso de negligência no atendimento
— Jornal O Dia (@jornalodia) March 27, 2024
Crédito: Arquivo Pessoal pic.twitter.com/L3dmJZiM27
Ainda segundo os familiares, Sheila Maia foi a segunda médica a atender Queli, após a troca de plantão. A primeira profissional havia orientado que a mulher ficasse na maternidade.
"Essa primeira médica entendeu a situação dela, disse para ela ficar, falou que por ela já ser mãe de outros três, ela poderia evoluir muito rápido para dar à luz", explicou Luciano.
A mãe e o bebê seguem internados, sob os cuidados de equipe multidisciplinar, na Maternidade Santa Cruz da Serra, e, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, passam bem.
Tanto é que, conforme pode ser verificado, na ficha médica consta “nova reavaliação às 6h30”. Portanto, não há como eu tê-la orientado a ir para casa e, ao mesmo tempo, a fazer a reavaliação duas horas após.
De acordo com as diretrizes da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e do Ministério da Saúde do Brasil, mulheres grávidas são internadas quando atingem cerca de 4 a 6 centímetros de dilatação. Quando eu avaliei a paciente ela apresentava 2 centímetros de dilatação. Por isso, a médica que a atendeu antes de mim e eu não indicamos a internação.
Tenho um histórico sólido de prática médica ética e de cuidados junto às minhas pacientes. Sou médica há 32 anos, dos quais 29 foram dedicados à obstetrícia, com mais de 2000 partos realizados. Ao longo de todo esse período, nunca respondi a nenhum processo, o que pode ser confirmado junto ao CREMERJ.
Embora eu tenha seguido os protocolos adequados, entendo que isso não diminui a angústia que a paciente enfrentou. Gostaria de expressar minha profunda empatia e solidariedade pela paciente e sua família”.
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