Homicídios são investigados pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF)Arquivo / Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga dois assassinatos cometidos em um intervalo inferior a 48 horas em Nova Iguaçu. O município vive em constante guerra entre a milícia e o tráfico de drogas. 

Na sexta-feira (19), um corpo foi encontrado por policiais militares do 20ºBPM (Nova Iguaçu) na Estrada Mato Grosso, na Lagoinha, em uma área "deserta". A vítima não teve o nome revelado. Menos de 48 horas depois, na madrugada deste domingo (21), Matheus Napoleão Filadelfo foi morto a tiros na Rua Vitor Hugo, em Comendador Soares, em localidade conhecida como Morro Agudo.

Ainda não se sabe autoria e motivações do crime, mas ambas regiões são dominadas pela milícia. A Polícia Civil investiga as disputas por territórios desde o ano passado.
Guerra em Nova Iguaçu
Em agosto de 2022, a morte de Delson Lima Neto, o Delsinho, durante uma operação da Polícia Civil em Nova Iguaçu, foi um duro golpe para a milícia de Danilo "Tandera'. Desde então, não há sinais do paradeiro do miliciano, que não está mais no controle da organização criminosa em bairros de Nova Iguaçu.
Segundo o MP, a milícia foi assumida por Gilson Ingrácio de Souza Júnior, o "Juninho Varão", que até então era um dos homens fortes de Danilo. Com diversas passagens por homicídio, tortura e organização criminosa, ele era responsável pelo controle financeiro da quadrilha, além de participar diretamente da compra de armas e munições.
Em 2021, seu nome já era citado em denúncias como um dos integrantes da milícia que explorava e ameaçava moradores de condomínios em Nova Iguaçu. Segundo o MPRJ, Varão teria dado um golpe em Tandera e assumido o comando da milícia em bairros como Cabuçu, Palhada, Valverde e Grão Pará, em Nova Iguaçu.
Na disputa por território, ele enfrenta ataques da quadrilha de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, chefe da maior milícia do Rio e preso desde dezembro.
Quem também passou a dominar parte de Nova Iguaçu após romper com Zinho foi Tauã de Oliveira Francisco, o Tubarão, que morreu em fevereiro deste ano. O miliciano que assumiu a liderança do grupo paramilitar, Ricardo Coelho, conhecido como Cientista, também foi executado em março.
O principal grupo rival da milícia de Tubarão e Cientista é a milícia de Zinho Antes de virarem rivais, Cientista integrou o 'bonde do Zinho'.