Velório do humorista José Santa Cruz no Cemitério da Penitência, no Caju, neste sábado (27)Pedro Ivo/Agência O Dia

Rio - Familiares e amigos se despediram do ator e dublador José Santa Cruz, na tarde deste sábado (27), em cerimônia fechada e para poucas pessoas na capela 2 do Cemitério da Penitência, no Caju, na Zona Central do Rio. O corpo do artista, que também era humorista e radialista, foi cremado às 16h. Santinha, como era carinhosamente conhecido pelos amigos e companheiros de profissão, morreu nesta sextra-feira (26), aos 95 anos.
O ator tinha doença de Parkinson e estava internado com uma broncopneumonia. José Santa Cruz deixa a mulher, Ivane Maria Mendes Bastos, com quem foi casado por 72 anos e teve três filhos: Elaine Maria, Eliane Maria e Eduardo Luiz, todos falecidos. Deixa também cinco netos e quatro bisnetos.
Nas redes sociais, internautas relembraram alguns dos trabalhos marcantes do ator. Amigos de profissão também lamentaram a perda. "Hoje a dublagem ficou mais pobre, a família diminuiu e ele não vai falar "não é, mamãe?", mas o Baby vai falar: "vai com Deus, papai". É isso", disse a dubladora Marisa Leal, que trabalhou com o ator na dublagem da série "Família Dinossauro. Assista ao depoimento dela:
Veja outros comentários dos internautas:
Quem era José Santa Cruz
Nascido em Picuí, Paraíba, José Santa Cruz começou sua carreira artística ainda aos dezoito anos, ao substituir um amigo em uma rádio. A partir daí não parou mais. Estreou na televisão em 1960, na inauguração da TV Clube. Em 1963 foi para a TV Tupi e na mesma época começou a atuar como dublador, antes de chegar na TV Globo, em 1971.
"Querida, cheguei". É dele a voz que deu vida ao bordão que virou febre na década de 1990, frase falada pelo pai da "Família Dinossauros", que iniciava cada episódio da série de sucesso, exibida pela TV Globo e lembrada até hoje por gerações de adultos e fãs de televisão.
Como dublador, emprestou sua voz de timbre único para muitos personagens como Magneto nos filmes e desenhos "X-Men", Rúbeo Hagrid na saga "Harry Potter", J.Jameson nos filmes do "Homem Aranha", do ator Danny DeVito na maioria de seus filmes, entre muitos outros incontáveis personagens.
Na Globo, fez "Alô, Brasil, Aquele Abraço" e "Zé das Mulheres", na década de 1970, e "O Bem Amado" e "A Festa É Nossa", nos anos 1980. Entre 2002 e 2015, viveu personagens como Jojoca, Barbosa, Manoelito, Costado e Tesourinha no "Zorra Total" e entre 2015 e 2017 esteve no elenco do "Zorra". Seu papel mais recente na TV Globo foi um padre na novela "Espelho da Vida", exibida em 2019.