Segundo a SES, serão realizadas capturas de mosquito nas cidades envolvidasReprodução / Redes sociais
Dez novos casos de Febre do Oropouche são confirmados no estado do Rio
Doença transmitida por insetos tem sintomas parecidos com os da dengue
Rio - A Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES) recebeu, nesta segunda-feira (29), a confirmação de dez casos de Febre do Oropouche (FO), registrados nos municípios de Japeri, Valença, Piraí e Rio de Janeiro pelo Laboratório Central Noel Nutels (Lacen) e pelo laboratório de referência da Fiocruz.
De acordo com o órgão, os casos estão sendo analisados em parceria com as cidades envolvidas para apurar se são autóctones (transmissão local) ou "importados", quando a transmissão acontece em outro território. Os sintomas da Febre do Oropouche, muito parecidos com os da dengue, duram entre dois e sete dias e incluem febre de início súbito, dor de cabeça intensa, dor nas costas e na lombar e dor articular.
Também pode haver tosse, tontura, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos.
Ainda segundo a SES, não existe tratamento específico para a doença, e os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.
"O vírus da Febre do Oropouche é endêmico no Amazonas e apresenta alguns períodos de surto. A letalidade registrada é baixa. A orientação que vamos passar aos municípios é que eles mantenham a conduta médica realizada nos casos de suspeita de dengue", explica Claudia Mello, secretária estadual de Saúde.
Ao DIA, a infectologista Raíssa Perlingeiro, de 35 anos, ressaltou que, com quanto mais casos registrados, o risco potencial da Febre Oropouche se tornar uma epidemia, assim como a dengue, aumenta. "Para que aconteça a transmissão dessa doença, o mosquito precisa picar uma pessoa contaminada para, ao picar a próxima pessoa, infectá-la. Vale reforçar que esse é um processo que não acontece em poucos dias", explica.
A médica enfatizou, ainda, que as medidas de prevenção da Febre são as mesmas da dengue, como o uso de repelentes na pele e de telas em janelas, além de evitar "tudo que permita acúmulo de água e possa servir como criadouro de mosquitos."
Primeiro caso confirmado em fevereiro
O primeiro caso de infecção no estado do Rio foi registrado no fim de fevereiro pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fiocruz. Tratava-se de um homem de 42 anos, morador do bairro do Humaitá, na Zona Sul, que tinha histórico de viagem para o Amazonas. O paciente não foi internado durante o período da doença e se recuperou.
A SES informou que esse caso foi considerado "importado", após análise do histórico de viagem do paciente ao estado do Amazonas, que já vivia um expressivo aumento do número de casos nos primeiros meses do ano. Ao todo, são 11 casos da doença registrados no Rio.
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