Luiz Marcelo Antônio Ormond e Júlia Andrade Cathermol Pimenta no elevador do prédio Divulgação
Suyany contou aos agentes que foi procurada por Julia anos atrás, pela internet, para uma ajuda espiritual, "mas sem provocar mal a ninguém". Na época, a mulher teria a procurou para reconquistar um ex-namorado e, desde então, passou a ser sua cliente.
Ainda em depoimento, ela revelou que a suspeita fazia programas sexuais para se manter e que, ao longo dos anos, Júlia passou a lhe dever R$ 600 mil pelos atendimentos, que vinham sendo quitados com pagamentos em torno de R$ 5 mil mensais há cerca de 5 anos.
O trabalho da cigana era relativo à limpeza espiritual para que familiares e namorados não descobrissem a vida de Júlia como garota de programa e também para atrair mais clientes. Segundo ela, a suspeita seguia a vida da seguinte maneira: passava os fins de semana com um outro namorado e dividia o restante dos dias entre Luiz Marcelo e eventuais atendimentos.
Suyany alegou que Luiz sabia da vida dupla da namorada, tendo a conhecido há aproximadamente 10 anos. A cigana soube da morte por telefone no dia 18 de maio, através da própria cliente, que detalhou ter feito dois "brigadeirões" — um deles com 50 comprimidos moídos de dimorf de 30mg, ingerido pela vítima.
Na ligação, a suspeita teria narrado ainda com detalhes que Luiz ficou ofegante, fez um ruído e morreu. No dia seguinte, Júlia detalhou que cobriu o corpo com lençóis e cobertores e colocou o ventilador direcionado pois a vítima estava "fedendo demais". A assassina também reclamava da relação com frequência.
Bens da vítima desfeitos
Suyani recebeu de Júlia o carro de Luiz Marcelo, um Honda CRV, e entregou a um homem com quem já se relacionou — o receptor, conforme a cigana, sabe do possível homicídio. O rapaz, além do veículo, ficou com roupas e um ar condicionado da vítima. A doação seria para quitar a dívida entre a suspeita e a cigana, somando R$ 75 mil.
Por fim, ela ressaltou que o relacionamento de Júlia com Luiz era "puramente interesse", já que a suspeita dizia que o homem tinha investimentos e dinheiro. Além disso, ao longo do fim de semana do crime, a mulher chegou a dizer que viu um urubu em sua janela, cobriu o corpo com cobertor e jogou água sanitária no apartamento.
Ainda conforme a polícia, Suyany relatou não saber o motivo de Júlia ter acompanhado o cadáver ao longo dos dias.
Questionada sobre sua fonte de renda, ela disse viver dos pagamentos de Júlia, de consultas e trabalhos espirituais e rendimentos de suas redes sociais.
Os agentes, então, chegaram à cigana após depoimento do suspeito.
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