Rio - A deputada estadual Renata Souza (PSOL) registrou, no fim da manhã desta terça-feira (11), um boletim de ocorrência após receber e-mails com ameaças de morte. Segundo a parlamentar relatou ao DIA, a tentativa de intimidação recebida tinha "forte conteúdo de ódio" contra sua atuação na política, além de "ataques racistas" e ameças.
"Não tenho dúvida que essas novas ameaças surjam com o objetivo de nos amedrontar, de inviabilizar o trabalho que temos feito dentro da Assembleia Legislativa na defesa das mulheres, dos direitos humanos, das pessoas negras e de periferia. É óbvio, não existe nada mais grave que um crime contra a vida. Por isso, quero que a investigação policial tenha um vigor e agilidade necessária para que a gente possa saber quem é o autor e responsabilizá-lo", disse Renata.
Segundo ela, a atitude é um claro sinal de insatisfação com sua presença na Casa como uma mulher preta dentro de um espaço de poder e pela sua luta a favor das minorias: "Não vão parar a minha atuação, não vão me intimidar e me calar. Sou uma mulher que representa muitas outras", garantiu.
A ocorrência foi registrada na Delegacia de Crimes Raciais e Combate a Intolerância (Decradi), no Centro do Rio. Na especializada, Renata Souza deixou uma cópia do e-mail recebido, onde consta uma assinatura do agressor, que afirma ser adolescente e ter todos os dados pessoais da deputada.
A reportagem também teve acesso ao e-mail. No texto, o autor da intimidação afirma que conseguiu uma arma e prepara uma emboscada para matar a parlamentar. Ele se refere a Renata no texto como "puta preta", "gorila", e afirma que irá "espalhar os miolos dela na rua".
"Sou semente de Marielle Franco, sou a deputada mais votada da história da Alerj, sou cria da favela da Maré! Voltei à Alerj, em 2022, com a força do voto de 174.132 pessoas. Eu não ando só, não serei interrompida e seguirei firme na luta pelo mundo que eu acredito! Um mundo com justiça social, respeito e dignidade", declarou a parlamentar nas redes sociais.
Procurada, a Polícia Civil confirmou que a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância investiga o caso. Segundo a corporação, agentes da especializada realizam diligências para apurar a autoria dos crimes denunciados.
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