Conhecida pelo nome de síndrome de Raynaud, o termo é considerado um sintoma da esclerose sistêmica. “O fenômeno de Raynaud tem três fases: uma fase inicial que a pele fica esbranquiçada, em um segundo momento começa a ficar arroxeada e num terceiro momento volta a ver a coloração avermelhada usual”, detalha a médica Carla Dionello. “A descoloração dos dedos, sob o ponto de vista fisiológico, tem a ver com a circulação sanguínea, que fica alterada na esclerose sistêmica”, acrescenta.
“A esclerose sistêmica também pode causar um inchaço difuso nos dedos dos pés e das mãos e, eventualmente, também problemas digestivos, como dificuldade de engolir e o refluxo gastroesofágico grave”, alerta.
Com nomes semelhantes, a esclerose sistêmica pode ser facilmente confundida com esclerose múltipla. Porém, são doenças bastante diferentes.
“A esclerose sistêmica, que era chamada de esclerodermia, é caracterizada como uma doença autoimune, inflamatória, crônica, que atinge a pele e órgãos internos. Enquanto isso, a esclerose múltipla é uma doença neurológica, também de origem autoimune, que tem como característica surtos de alteração de movimento, mas que não tem a implicação de comprometimento da pele e de órgãos internos igual a esclerose sistêmica”, destaca Dionello.
O tratamento da doença envolve o uso de medicamentos orais e tópicos. “Todos eles estão disponíveis no mercado e alguns deles pelo sistema público de saúde”, afirma.
Segundo Carla, “como toda doença autoimune, o estresse piora bastante”. Para Danieli, o efeito é imediato. “Quando eu fico estressada ou nervosa, parece que as mãos começam a travar.”
Para manter a esclerose ‘estabilizada’, é necessário que o paciente consulte o seu médico regularmente, tome as medicações corretamente, faça exercícios físicos e consulte um fisioterapeuta para auxiliar com o movimento das articulações. As causas da doença, no entanto, não são completamente conhecidas, por isso, não existe uma forma de prevenir a doença, apesar de novos medicamentos estarem sendo testados atualmente.
* Reportagem da estagiária Luana Pilatti, sob supervisão de Ana Carla Gomes