Passageiros foram à 17 DP (São Cristóvão) para registrar o casoReginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - Passageiros que estavam em um ônibus da linha 2383, que faz o trajeto Sepetiba X Carioca, foram vítimas de um assalto na manhã desta quarta-feira (10), na Avenida Brasil, altura de Deodoro, na Zona Oeste do Rio. Segundo os relatos, três criminosos entraram no coletivo.


De acordo com as vítimas, o trio entrou no veículo quando o motorista parou para os passageiros desembarcarem. Em seguida, os criminosos iniciaram os roubos e agressões.
"Eles chegaram já gritando que era assalto e que queriam celular. Eles estavam muito agressivos falando que iam matar e bater e bateram em vários passageiros, até em mulheres. Tiveram passageiros que mesmo depois de entregarem os pertences, foram agredidos. Foram cerca de 30 minutos de terror, eu estou tremendo até agora", relatou Andressa Pimenta, funcionária da Unimed Ferj, que teve o celular e o relógio levados.
A autônoma Isabela Oliveira, de 30 anos, estava a caminho de uma entrevista de emprego quando o coletivo em que estava foi abordado. " Eles recolheram tudo e bateram em todo mundo. Eu só pedia a Deus para isso acabar e até agora estou sem acreditar, ninguém podia fazer nada porque eles estavam armados. A gente trabalha para conquistar um bem e chega esses bandidos e levam o que você conquistou. A gente acorda 4 horas da manhã para trabalhar e passa por essa humilhação", lamentou a mulher.

Os passageiros relataram que dois criminosos ficaram na parte da frente do ônibus e o terceiro foi para os fundos do coletivo. Segundo as vítimas, eles estavam apenas com uma arma que era passada de mão em mão. O grupo desembarcou na entrada para a Ilha do Governador. Até o momento, ninguém foi preso.

O técnico de edificações Gilmar Custódio foi agredido com tapas e teve os pertences levados pelo grupo. "Eu fui assaltado e agredido com tapas. Eles levaram notebook, celular, aliança, foi muito terror e pânico. O que me chamou atenção é que o percurso foi muito longo e foram momentos de pânico total. Estava nítido que os caras estavam dispostos a matar, é uma sensação de impotência e incapacidade. O tapa na cara que eu levei não foi nada perto do terror psicológico que eles fizeram. O pior é saber que amanhã eu vou entrar de novo nesse ônibus", lamentou.

O motorista do coletivo, Silas Nascimento, informou que soma 20 anos de profissão e nunca vivenciou algo parecido. "Na hora que o terceiro passageiro desceu, o rapaz já veio correndo com a arma na mão, não teve tempo de sair. Nisso, os três já entraram e começaram a tocar o terror. Como motorista, nunca passei por isso e já trabalho há mais de 20 anos nisso. Eu só pedi para que me deixassem tranquilo porque eu não sei qual seria minha reação se eu ficasse nervoso. Eu temendo pela vida dos passageiros, pedi para me deixarem tranquilo para eu conseguir dirigir, mas graças a Deus não aconteceu nada comigo", disse.

Em nota, o Rio Ônibus lamentou o episódio e disse que o Sindicato apela para que as autoridades da área de segurança pública do Rio implementem, com a máxima urgência, ações efetivas e capazes de oferecer o mínimo de segurança aos usuários de transportes públicos, que vêm sofrendo diariamente com violentas ações criminosas. 
Após o crime, os passageiros foram à 17ª DP (São Cristóvão) para registrar o caso. De acordo a Polícia Civil, as vítimas foram ouvidas e imagens de câmeras de segurança foram solicitadas. A corporação informou que a ocorrência será encaminhada à 33ª DP (Realengo), área onde os assaltantes embarcaram no coletivo, que dará continuidade às investigações.
Colaborou: Reginaldo Pimenta