Aline e Mayara Carvalho, parentes de Caio Rendão, jovem que desapareceu na Baixada Fluminense Renan Areias/Agência O DIA
"O que a gente entendeu foi que a delegacia não pediu prioridade do caso. Aqui informaram que em 14 dias eles tem que entrar com pedido em cartório para fazer o enterro, porque eles não conseguem ficar com o corpo aqui e isso foi pedido, mas nada foi resolvido. Se a gente não tivesse vindo aqui ontem, ele iria ser enterrado como indigente, mas a gente moveu o mundo. Eu vou sair daqui e vou para delegacia pressionar eles, para eles ficarem em cima do caso", disse.
Segundo Aline, o mais difícil é explicar para uma mãe, que ainda espera pelo filho, que ele não vai mais voltar. Caio estava desaparecido desde o Carnaval e foi morto pelo melhor amigo, que confessou o crime.
"O sentimento é de revolta, como a gente fala para uma mãe que procurou o filho por 4 meses, que o corpo foi enterrado como indigente? Sem uma oração, sem nada? Uma mãe que acredita que o filho vai voltar, é muito revoltante", lamentou.
Ainda no IML, a madrinha disse ainda que a família está perdida e sem saber o que fazer. "Aqui foi informado que tudo é protocolo e que tudo tem que passar para o delegado, mas quando a gente vai lá na delegacia, eles falam que a parte deles é só investigação e não remoção do corpo e aí a gente fica assim, de mãos atadas", disse.
De acordo com a Polícia Civil, a identificação será feita por meio de confronto genético. A amostra já foi colhida e encaminhada para o Instituto de Pesquisa Perícias Genética Forense, no Centro do Rio. Contudo, ainda conforme os investigadores, é um exame demorado e não há previsão para o resultado.
Em relação ao enterro como indivíduo não reconhecido, a medida segue um protocolo da instituição, mas, posteriormente, caso seja comprovada a identificação, isso será alterado e a família recebe uma certidão de óbito. No entanto, o órgão ainda apura se o sepultamento foi adiado ou se ainda acontecerá nesta quarta-feira (10).
Relembre o caso
A investigação da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) revelou que Caio foi morto por causa de uma dívida. Na segunda-feira (10), Wesley tentou esconder os restos mortais do rapaz após um pedreiro encontrar os ossos, e foi impedido por vizinhos. Ele conseguiu fugir do local antes da chegada dos policiais.
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