Panela de pressão explodiu durante prepara de lanches na Escola Municipal Embaixador Barros HurtadoReprodução
Explosão de panela de pressão em cozinha de escola deixa merendeiros feridos
Priscila Araújo Barbosa, 32, sofreu diversos ferimentos no rosto e está em estado grave. Já Luiz Paulo Soares, 51, teve queimaduras
Rio - A explosão de uma panela de pressão em uma cozinha escolar deixou dois merendeiros feridos, em Cordovil, na Zona Norte. O caso aconteceu na Escola Municipal Embaixador Barros Hurtado, na quarta-feira (10), quando os funcionários preparavam um lanche para uma festa junina dos alunos. Uma das vítimas teve queimaduras e outra sofreu ferimentos no rosto e está internada em estado grave, nesta sexta-feira (12).
De acordo com familiares, Priscila Araújo Barbosa, de 32 anos, e outros funcionários preparavam cachorro-quente, pipoca e canjica para uma festa junina no último dia de aula, quando a panela de pressão explodiu. Imagens do acidente mostram que o fogão em que a comida era preparada ficou com as bocas destruídas e os alimentos espalhados por toda a cozinha, no chão, bancadas e até nas paredes. Segundo a irmã, Juliana Araújo, a merendeira chegou a desmaiar com a explosão e não soube dizer à família se foi atingida no rosto pela tampa que teria se soltado ou se chegou a ser arremessada e bateu com o rosto na quina da pia. A vítima foi socorrida para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte.
A merendeira sofreu fratura de mandíbula, dilaceramento do maxilar, corte do nariz ao lóbulo da orelha, além de ter perdido todos os dentes superiores do lado esquerdo. Por ter ficado com a face muito comprometida, os médicos não conseguiram realizar uma intubação tradicional e precisaram recorrer a uma traqueostomia - procedimento em que é feito uma abertura frontal na traqueia do paciente. Nesta sexta-feira, Priscila segue internada em estado grave no Centro de Terapia Intensiva (CTI) da unidade de saúde.
"O estado de saúde dela é grave, mas estável. Ela vai precisar de todo o apoio psicológico, de fono, de fisioterapeuta, de bucomaxilo para poder colocar os dentes de volta no lugar. Ela está com um quadro bem grave", relatou a irmã. Ainda segundo Juliana, Priscila trabalha como merendeira há cinco anos, dos quais três deles na escola em Cordovil, e tinha experiência no manuseio dos utensílios. A unidade funciona para alunos da rede municipal durante o dia e para a rede estadual à noite, mas os equipamentos da cozinha eram compartilhados entre os turnos e a panela de pressão usada há quatro anos.
A vítima é funcionária de uma empresa terceirizada, que teria dito à família que os merendeiros seriam responsáveis pela manutenção das panelas. Familiares relataram ainda que Priscila se programava para viajar com marido, em comemoração ao aniversário de casamento. "A Priscila ia viajar, porque ela faz 12 anos de casamento na semana que vem e estava com uma viagem comprada para Maragogi (Alagoas), de lua de mel com o marido. Os planos foram cancelados para a recuperação dela, porque não é rapido, vai ser uma coisa que vai demorar. A gente está aqui lutando por justiça, porque ela vai precisar de muito tratamento depois", afirmou Juliana.
Além de Priscila, o merendeiro Luiz Paulo Soares, de 51 anos, também ficou ferido. Ele sofreu queimaduras de segundo e terceiro grau e corre o risco de perder a visão. A vítima também foi socorrida para o Hospital Estadual Getúlio Vargas e, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), recebeu alta médica na quinta-feira (11).
A Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que os colaboradores "foram socorridos de imediato pela direção da escola" e chegaram conscientes ao hospital, onde receberam atendimento e seguem em observação com o apoio necessário. A pasta também disse, em outra nota, que "está prestando todo o apoio aos dois profissionais feridos" e que a panela de pressão que explodiu foi adquirida há menos de um ano. Uma sindicância foi aberta para investigar as causas do acidente.
A reportagem de O DIA tenta contato com a empresa em que os merendeiros trabalham. O espaço está aberto para manifestação.
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