Novo autódromo será construído em Guaratiba, na Zona OesteReprodução

Rio - Doze anos após o fim das atividades no Autódromo da Barra, o prefeito Eduardo Paes sancionou, nesta quinta-feira (18), a lei que aprova a construção de um novo circuito. De acordo com a Lei Complementar 273/2024, de autoria do município, o autódromo deve ser construído em terreno próximo ao terminal de BRT Mato Alto, entre a Avenida Dom João VI e a Estrada da Matriz, em Guaratiba, Zona Oeste do Rio. 
O texto que prevê a construção da pista foi discutido em uma série de reuniões e audiências públicas, tanto internas quanto externas, onde ficou definida uma Operação Urbana Consolidada (OUC), que estabelece mecanismos legais para obtenção de arrecadação de investimentos financeiros, por meio da Transferência do Direito de Construir (TDC). 
Na prática, o potencial construtivo, ou seja, a possibilidade de construir estruturas dentro dos limites observados pelo município na lei, que já não seria utilizado na área do autódromo (considerando a pista, por exemplo), poderá ser transferido para outras regiões da cidade, custeando o projeto.
Ainda estão previstas outras contrapartidas, solicitadas via emendas incluídas pela Câmara de Vereadores, dentre elas investimentos em melhorias no trânsito nos bairros receptores. Outra determinação é que dois lotes na área do futuro autódromo sirvam para construção de uma escola e espaços dedicados ao esporte e lazer públicos.
Mais renda para a cidade

Segundo estudo da Federação Internacional do Automobilismo, o setor movimenta mais de 1 trilhão de reais no mundo todo por ano. A Fórmula 1, por exemplo, esporte mais popular da categoria, teve um impacto positivo de R$ 1.6 bilhão na cidade de São Paulo em 2023. Em Belo Horizonte, a Stock Car gerou uma estimativa de R$ 170 milhões para a economia local só com a etapa de 2024.
Além dessa modalidade, há a possibilidade de uma série de outras, como campeonatos de motovelocidade, arrancada, entre outras, que poderão usufruir do espaço, trazendo renda. 
Meio ambiente
De acordo com a lei, o autódromo deve ocupar não mais do que 2% da área reservada para todo o complexo. Os 98% restantes serão transformados em um parque ambiental. A lei prevê um plano de recuperação ambiental da área, com replantio de espécies nativas e a manutenção de uma área de preservação permanente, incluindo um manguezal de 43 mil metros quadrados.
Com isso, a expectativa é que a reserva se transforme em um pulmão verde numa localidade tida como semi árida. O projeto também prevê o uso de painéis solares e iluminação em LED em todas as instalações, além de sistemas de reúso e captação de águas da chuva.
"É preciso comemorar. O Rio voltará a ter um autódromo. Este projeto vai muito além do esporte, vai movimentar a economia, trazer mais empregos, renda e também criar uma área de proteção ambiental em Guaratiba. A Câmara de Vereadores teve um papel importante. Conversamos com todos os setores e mostramos que todos só têm a ganhar, e a cidade, a evoluir. Além disso, o mesmo será gerido inteiramente pela iniciativa privada, não gerando custos para o poder público", disse o presidente da Câmara de Vereadores, Carlos Caiado. 
“Os amantes do automobilismo também podem comemorar. A cidade poderá voltar a receber as inúmeras competições das diferentes modalidades. Será mais uma opção para o Brasil e para a América Latina", finalizou o parlamentar.