A Uerj repudiou os atos cometidos pelos alunosReprodução / Redes Sociais

Rio - Alunos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) invadiram a reitoria da unidade do Maracanã, na Zona Norte do Rio, nesta sexta-feira (26), em um protesto contra as mudanças para a obtenção de bolsas e auxílios da assistência estudantil. Na ação, a reitoria foi pichada com dizeres 'fora Gulnar', pedindo a retirada da atual reitora.
Segundo a gestão da unidade, os estudantes agiram com violência durante as reivindicações, destruindo móveis, pichando a unidade e intimidando os servidores. A manifestação acontece após Gulnar Azevedo mudar os critérios para elegibilidade de bolsas e auxílios de assistência estudantil. 
Uma das principais mudanças é a revisão da renda mínima necessária para que estudantes de ampla concorrência possam acessar a Bolsa Auxílio Vulnerabilidade Social (Bavs), com pagamento de R$ 706 por mês, tendo duração de dois anos. Antes, para obter o benefício, era necessária a declaração de um salário mínimo e meio, agora, é só meio salário. Além disso, também serão feitos cortes no auxílio alimentação e passagem, R$ 300 cada, e redução pela metade no auxílio para material didático, que costumava cobrir o valor de R$ 1,2 mil, conforme as denúncias.
Estudantes pedem retirada da atual reitora, Gulnar Azevedo - Reprodução / Redes Sociais
Estudantes pedem retirada da atual reitora, Gulnar AzevedoReprodução / Redes Sociais
"Vocês simplesmente mudaram as regras para recebimento dos auxílios, excluindo um monte de alunos que são dependentes desses recursos para estudarem, sem nem buscarem conversar. Vocês tiveram tempo para ver a repercussão negativa disso ontem e não fizeram nada para tentar solucionar. Até dois meses atrás o critério era um salário mínimo e meio e de repente virou meio salário.", reclamou um aluno nas redes sociais. 
Ainda conforme os relatos, cerca de 5 mil estudantes vão perder os benefícios após a mudança. Eles denunciam, também, atrasos nos pagamentos. Segundo os alunos, as propostas da atual reitoria, antes de ser eleita, era manter os benefícios.
"Gestão da vergonha, olhem pras próprias mãos, ouçam suas próprias palavras! Se não estavam dispostos a manter as coisas, não usassem como plataforma para ganhar a eleição. Gestão da vergonha! Sinto vergonha por ter votado em vocês, feito campanha pra vocês, apenas vergonha!", reclamou outro aluno.
A Uerj repudiou os atos cometidos pelos alunos. Em uma nota, publicada nas redes sociais, eles reforçaram que as imagens que já circulam nas redes evidenciam que um grupo de pessoas praticou uma série de depredações do patrimônio público. 
"Os métodos empregados pelos insatisfeitos não condizem com a história da Uerj, com o ambiente educacional e impossibilitam qualquer diálogo sobre a questão. A Reitoria da Uerj vai apurar as responsabilidades e conta com a ação da Prefeitura dos campi e do setor de Segurança para garantir o pleno funcionamento da Universidade. Nada justifica as violências praticadas no dia de hoje. Não haverá discussão possível nessas bases", diz a nota.