Caso é investigado pela Delegacia de Crimes Raciais e Intolerância Religiosa (Decradi)Arquivo / Renan Areias / Agência O Dia
Deputada federal Talíria Petrone registra queixa após ameaças de morte e ofensas racistas
Parlamentar recebeu e-mail a chamando de macaca e falando para ela renunciar ao cargo e à sua candidatura a prefeitura de Niterói
Rio - A deputada federal Talíria Petrone (Psol) registrou uma queixa, nesta terça-feira (30), após receber ameaças de morte e ofensas raciais para renunciar ao cargo como parlamentar e à sua candidatura a Prefeitura de Niterói, na Região Metropolitana. O caso é investigado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).
Petrone divulgou o caso nas suas redes sociais nesta segunda-feira (29). A deputada contou que foi avisada por sua assessora que havia graves ameaças à sua atuação política nos e-mails institucionais, detalhes de sua rotina, o endereço de seu gabinete, além de citações aos seus filhos.
"É realmente muito impactante. O criminoso disse textualmente: 'Talíria Petrone, sua macaca fedorenta, a milícia tem que te colocar no caixão. Se você não renunciar ao seu mandato de deputada, à sua candidatura à prefeita de Niterói e abandonar a política, eu vou te matar’. Ele cita nominalmente cada um dos meus filhos, o que mexeu muito comigo. Quem é mãe pode imaginar".
A parlamentar destacou que as ameaças são um ataque à democracia e que as divergências são comuns na política, mas a violência tem que acabar.
"A gente está acionando todas as autoridades competentes e tomando todas as medidas cabíveis, mas eu tenho um recado muito firme para dar para esse criminoso e para qualquer pessoa que ouse me intimidar, intimidar qualquer mulher na política, qualquer pessoa negra: nós não vamos recuar, nós vamos dobrar a nossa força", disse.
Nesta terça, Talíria esteve na Decradi, na Rua do Lavradio, na Lapa, região central do Rio, para registrar o boletim de ocorrência. A deputada deseja que o criminoso seja identificado o mais rápido possível e responsabilizado.
A Polícia Civil informou que a investigação corre sob sigilo.
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