Condomínio alvo de demolição tem 40 imóveis irregulares construídos pelo crime organizadoFábio Costa / Seop
Esta é a terceira fase da operação contra a lavagem de dinheiro do tráfico que atua na região. Engenheiros da prefeitura estimam que os responsáveis pelas obras estão tendo um prejuízo de R$ 30 milhões com a demolição do condomínio.
Durante a ação, policiais ainda encontraram, no interior do Complexo da Maré, uma carga que havia sido roubada. O material foi recuperado.
Na última terça-feira (13), fase anterior da operação, os agentes localizaram um imóvel de luxo que era usado pelos traficantes e realizaram a demolição.
Entre os imóveis, duas coberturas, avaliadas em R$ 5 milhões, chamaram a atenção. Uma delas possuía dois andares, acabamento em mármore e porcelanato, além de uma grande área de lazer, com churrasqueira e uma piscina de 40 mil litros de água. O imóvel possuía vista privilegiada para a comunidade, para um campo de futebol e uma área onde eram realizadas festas.
Já a segunda era um quadriplex com acabamento de luxo, jacuzzi e closet, escadas com lâmpadas de led automático, além de uma piscina com cascata e churrasqueira. No térreo da unidade os agentes encontraram um quarto com dezenas de caixas de vinho e champanhe.
Parte das construções chegavam a ter seis pavimentos, porém, 90% deles ainda estavam em fase de alvenaria e totalmente desocupados. Eles foram erguidos sem nenhuma autorização da Prefeitura e não possuem responsável técnico pelas obras. No início de julho, todas as estruturas foram notificadas após uma outra ação da DRE.
As investigações apontam que a comunidade do Parque União vem sendo utilizada há anos, por meio da construção e abertura de empreendimentos, para lavar o capital acumulado com o comércio de drogas. Os agentes apuraram ainda a participação de funcionários de órgãos representativos da comunidade no esquema.
Por conta da operação na Maré, moradores do Complexo fizeram um protesto pela manhã em frente à comunidade do Parque União. Com isso, a pista do BRT foi fechada e o funcionamento precisou ser interrompido.
Os manifestantes estavam ocupando a Avenida Brigadeiro Trompowski, na altura do BRT da Maré, sentido Fundão, e impedindo a passagem dos veículos. Barricadas foram colocadas na via e incendiadas pelos manifestantes.
ATENÇÃO: CLIMA É TENSO NO PARQUE UNIÃO!
— Maré Não Vive (@MareNaoVive) August 19, 2024
Estão quebrando as residências com moradores dentro.
Há manifestação de moradores na faixa do BRT da Maré, na Av Brasil.#MaréNãoVive pic.twitter.com/hd98gdXyYG
Segundo a MOBI Rio, os serviços 90 (Terminal Fundão x Terminal Gentileza) e o serviço especial TIG x GIG interrompidos e o serviço 42 (Manaceia x Galeão) operando até a estação Santa Luzia.
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