PM reforça o policiamento em Madureira após protesto de moradoresPedro Teixeira / Agência O Dia
PM reforça policiamento em Madureira após protestos de moradores
Manifestantes pediram paz após ataque a bar próximo à comunidade da Congonha que deixou cinco mortos
Rio - A Polícia Militar reforçou o policiamento nas ruas de Madureira, na Zona Norte, na tarde desta segunda-feira (2). A decisão aconteceu depois de um protesto de moradores por causa do ataque a tiros em um bar próximo à comunidade da Congonha, que deixou cinco mortos. A quinta vítima morreu nesta segunda.
No início desta tarde, manifestantes interditaram parte da Avenida Ministro Edgar Romero, na altura da estação do BRT Otaviano. Os presentes seguiram em deslocamento até a estação do BRT Mercadão de Madureira e acessaram a Rua Conselheiro Galvão, no sentido Rocha Miranda.
Durante o protesto, houve confusão envolvendo alguns participantes e policiais militares. Segundo a PM, um motociclista atacou as equipes com fogos de artifício e fugiu para a comunidade da Congonha. O fato gerou uma breve perseguição na região.
A manifestação aconteceu em decorrência do ataque a tiros a Whiskeria DG Mix, na Rua Silvio Tibiriçá, na madrugada do último sábado (31). O bar fica próximo à comunidade da Congonha, que é dominada pelo Comando Vermelho. De acordo com moradores, o crime foi realizado por traficantes da comunidade da Serrinha, em Madureira, também na Zona Norte, controlada pelo Terceiro Comando Puro.
Quatro homens deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Rocha Miranda, ainda na Zona Norte, já sem vida: Lucas de Sousa de Sá, de 28 anos, um dos donos do estabelecimento; Denis da Silva Ventura, de 24; Thiago de Mello Araújo, também de 24; e Alisson Henrique da Silva Lucena, de 41 anos.
Lucas foi enterrado na tarde deste domingo (1º) no Cemitério de Irajá, na Zona Norte. Emocionado durante a cerimônia, Diego dos Santos, irmão mais velho da vítima, contou que o empreendimento só existia por causa do parente.
"Ele se entregava por isso. Era nosso salvador. Só aconteceu porque ele deu o nome dele. Está tudo no nome dele. Sem ele, não teríamos conseguido nada. Vínhamos crescendo e conseguindo conquistar coisas maiores. Recentemente compramos uma moto nova para entrega", revelou o irmão.
O irmão ainda afirmou que o assassinato aconteceu de forma covarde, enquanto Lucas tentava socorrer um entregador que estava ferido. "Ele correu para dentro do bar, entrou na câmara fria para se proteger com outros funcionários, mas tentou sair para socorrer um deles que ficou para fora. Nesse momento que ele tentava puxar o rapaz para dentro da câmara, acertaram ele", explicou o familiar.
Após o ataque, perfis nas redes sociais passaram a especular que as vítimas teriam envolvimento com a facção que atua na comunidade da Congonha. No entanto, Diego ressaltou que Lucas não fazia parte de nenhuma organização criminosa. "Ele não gostava nem de parar perto desses caras [criminosos]. Quem conhece sabe", destacou.
Quinta morte
Na tarde desta segunda-feira (2), subiu para cinco o número de mortos no ataque. Erick Patrick Pereira da Silva estava internado em estado grave no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Em 2015, ele foi condenado a cinco anos de prisão por roubar um carro e ameaçar a motorista em Madureira.
O ataque ainda deixou outras quatro pessoas feridas. Ryan da Silva Mascarenhas segue internado na mesma unidade com quadro considerado estável. Ana Carolina Santoro, Tatiana Silvestre Filho e Luis Cláudio dos Santos receberam alta hospitalar na manhã de sábado (31).
A investigação sobre o ataque é realizada pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos.
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