Grupo Teatral Entrou Por Uma Porta é sediado em JacarepaguáDivulgação
Coletivo artístico 'Entrou Por Uma Porta' é declarado Patrimônio Cultural do Rio
Decreto foi sancionado pelo governador Cláudio Castro; grupo promove apresentações teatrais e desenvolve séries de ficção e animação
Rio - O coletivo artístico Grupo Teatral Entrou Por Uma Porta (Gepup), sediado em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi declarado Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do estado. O decreto foi sancionado pelo governador Cláudio Castro na quinta-feira (5).
No texto, proposto pela deputada estadual Elika Takimoto (PT), é dito que a declaração busca o "reconhecimento, proteção e valorização" do grupo. A lei entrou em vigor já no dia da publicação.
A principal razão para a nomeação do Gepup – por onde já passaram mais de 100 profissionais das artes – é a dedicação ao teatro comunitário. Fundado há 35 anos em Guadalupe, na Zona Norte, o grupo, desde então, desenvolve suas produções buscando uma transformação social por meio da educação e da cultura. Em suma, o objetivo é se aproximar da comunidade no entorno para encenar e refletir sobre questões como combate ao racismo e injustiças sociais.
Reinaldo Santana, diretor da trupe, ressalta que a declaração como Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do RJ é um reconhecimento ao trabalho social desenvolvido ao longo das últimas décadas: “Esse título coroa nossa luta pelo teatro comunitário no estado do Rio. Valoriza as 100 pessoas que trabalharam conosco em todos esses anos. Para nós, esse reconhecimento é mais importante do que qualquer mérito. É como se fosse o prêmio máximo do teatro. Um Oscar!”.
O diretor detalha como funciona o trabalho do Entrou por uma Porta: “Nós levamos nossos atores, mas os espetáculos se constroem nas comunidades. O grupo funciona como uma ferramenta para determinada comunidade discutir a sua cena, que pode ser um problema, uma história ou até um lazer”.
Outros trabalhos
Com 14 integrantes atualmente, o coletivo pretende voltar à cena em novembro com um espetáculo de seu repertório chamado ‘Auto do Boi Sorriso Brilhante’: “É a temática do homem do campo. Fala de racismo, de donos das terras e do dinheiro. A opressão às classes populares, ao negro que não participa economicamente da condução do país”, descreve o diretor.
Para além de peças de teatro, o Gepup tem outras frentes, como formação teatral e cultural, produção de documentários e até de série de animação.
Uma animação recente é a ‘Histórias de RH’, que não é exceção no histórico de busca por transformação social do Entrou por uma Porta: “Esse trabalho fala do combate ao racismo e o universo das comunidades”, encerra Reinaldo.
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