Carlos Eli Gil, de 50 anos, foi atingido por tiros de fuzil e não resistiuArquivo Pessoal
Família de mecânico acredita que carro roubado pode ter motivado mortes em Realengo
Carlos Eli Gil, 50, realizava conserto em um veículo quando foi alvo de tiros
Rio - Familiares do mecânico Carlos Eli Gil, de 50 anos, acreditam que a morte dele e de outros dois homens, em Realengo, na Zona Oeste, pode ter sido motivada por um carro roubado. O crime aconteceu nesta quarta-feira (11), em uma vila na Rua Silva Neto, quando Carlos foi morto a tiros junto com outros dois rapazes. Segundo parentes, um deles seria conhecido por praticar roubos na região.
De acordo com uma prima, que preferiu não se identificar, a vítima tinha uma deficiência na mão e tentava auxílio de R$ 1,2 mil do INSS, mas teve o laudo médico negado no dia anterior. Para sustentar a esposa e as filhas, Carlos realizava trabalhos como mecânico. "Ele pegava tudo, porque são crianças (as filhas), então ele precisava trabalhar, o tempo todo ele trabalhava, qualquer serviço que aparecia, ele fazia", contou a familiar.
No dia do crime, a vítima fazia um conserto no veículo de dois homens, um deles apontado como "GB", que seria conhecido como autor de vários roubos no bairro. A família não sabe se Carlos o conhecia e se sabia se o carro era roubado. A prima acredita que o suspeito já vinha sendo monitorado e foi alvo de uma execução, que também provocou a morte do outro rapaz e do mecânico.
Segundo o relato, homens chegaram em um veículo e atiraram contra o trio. GB chegou a correr para se esconder em uma casa, mas também foi morto a tiros de fuzil. Em seguida, os criminosos fugiram de ré pela vila. De acordo com a Polícia Militar, o 14° BPM (Bangu) esteve no local e isolou a área para a perícia. Em nota, a Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga a autoria e a motivação do crime.
Até a manhã desta quinta-feira (12), o corpo de Carlos Gil permanecia no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio. A família da vítima está recebendo apoio da Associação de Moradores do Parque Ideal para conseguir arcar com as despesas do sepultamento, que ainda não foi marcado. O mecânico deixa a esposa e filhas de 6, 7, 9, 13, 16 e 19 anos.
"As meninas estão arrasadas", lamentou a prima. Com medo, a esposa e as filhas da vítima não conseguiram dormir na casa onde moram. "Meu primo estava trabalhando, ele era um bom pai, excelente pai, se preocupava todo dia com o pão das meninas. Ele passava dificuldade, às vezes me pedia ajuda para comprar o pão e o leite das crianças. Não sei como a gente vai fazer", completou.
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