Rio - Com 40 anos de história, o Templo Espírita Ogum Megê, em Vaz Lobo, na Zona Norte, foi declarado patrimônio imaterial do estado do Rio. O decreto, assinado pelo governador Cláudio Castro, saiu publicado no Diário Oficial do Estado nesta sexta-feira (4).
A iniciativa, proposta pelo deputado Dionísio Lins (Progressistas), tem a finalidade de "preservar a cultura religiosa da umbanda".
Fundado em 1984 e liderado pelo sacerdote Pai Jorge Corrêa desde então, o templo, na Rua Manuel Machado, é um local sagrado para os umbandistas. Além de consultas espirituais e celebrações, promove diversas atividades comunitárias.
"Essa declaração representa o reconhecimento oficial da relevância cultural, histórica e religiosa desse templo para a sociedade fluminense e brasileira, além de valorizar as tradições das religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé, que são frequentemente marginalizadas", celebrou Pai Jorge, em entrevista ao DIA.
Ele ressaltou, ainda, que o apoio institucional e a proteção legal, assegurados pelo decreto, preservam as práticas espirituais e culturais do centro, protegendo o legado: "Dessa forma, o combate à intolerância religiosa é fortalecido, tornando possível que a gente continue lutando por reconhecimento e respeito às tradições afro-brasileiras. Além disso o templo é um importante espaço de convergência para práticas culturais e sociais que refletem a diversidade do nosso país."
Nas redes sociais, o templo espírita costuma publicar registros das celebrações e mensagens de Pai Jorge aos seguidores.
O Ogum Megê também tem outras sete filiais no Rio. São mais duas na capital, em Cordovil, Zona Norte, e em Realengo, na Zona Oeste, e cinco na Baixada: Belford Roxo, Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis e Guapimirim. Também há uma unidade em Belém, capital do estado do Pará.
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