Rio - Um bicho-preguiça, da espécie três-dedos, morreu na segunda-feira (7) após ser eletrocutado ao tentar atravessar uma fiação elétrica em Guapimirim, na Baixada Fluminense. O animal foi resgatado no último dia 30 e estava sob cuidados no Instituto Vida Livre, no Jardim Botânico, na Zona Sul, mas não resistiu.
Um vídeo gravado por moradores de Guapimirim mostram o momento em que a preguiça sofre a descarga elétrica em fios de alta tensão. Nas imagens é possível ver fumaça saindo de seu corpo. "A preguiça pegando fogo. Olha que maldade! Ela com a cabeça pegando fogo no fio de alta tensão", se desesperou um morador.
Veja o vídeo:
"Mais uma preguiça vítima da distribuição de energia elétrica no estado do Rio de Janeiro. Esse animal literalmente estava fritando no poste da Enel no município de Guapimirim", escreveu o Instituto Vida Livre em uma publicação. A instituição trabalha na reabilitação e soltura de animais silvestres.
Ao DIA, Roched Seba, fundador e presidente do Instituto Vida Livre, alertou sobre esse tipo de caso. "É fundamento o setor elétrico brasileiro, no que tange o Ministério de Minas e Energia, a ANEEL e as concessionárias, bem como os órgãos licenciadores considerem o impacto da distribuição da energia elétrica sobre a biodiversidade brasileira e entendam a importância de alocar recursos na melhoria da rede e no suporte aos animais impactados", pediu.
O que dizem a Enel e Light
A Enel garantiu que a empresa possui uma série de ações e projetos, como o mapeamento de áreas ambientais sensíveis, investimentos em redes protegidas e isoladas, além de um plano permanente de podas de árvores que ajuda a manter os animais distantes da rede.
Disse também que estabelece diálogo com os órgãos ambientais competentes, avaliando os pontos mais sensíveis, onde há conhecimento de áreas vegetadas com maior incidência de animais silvestres. "Com base neste contato e monitoramento permanentes, a empresa adota em seus projetos de novas redes e na manutenção de redes existentes o uso de condutores protegidos, mantas e outras soluções para minimizar o contato de animais com pontos energizados e proteger a fauna de riscos", disse por meio de nota.
A Light também garantiu que tem investido em ações para preservar o meio ambiente e reduzir o risco de eletrocussão de animais silvestres. A empresa, inclusive, cita uma parceria com o Instituto Vida Livre e uma empresa de tecnologia, para iniciar um projeto para tornar a rede mais segura.
"A Light também realiza podas cíclicas de árvores, tendo realizado mais de 60 mil intervenções em árvores anualmente no Rio de Janeiro e 150 mil em toda a área de concessão, para afastar os animais da rede elétrica. Protetores e mantas são instalados para reduzir o contato com pontos energizados, e em áreas com alta presença de animais silvestres, além dos condutores de média tensão são revestidos para prevenir o contato direto em pontos sensíveis, no momento da inspeção anual para identificar fragilidades e possíveis defeitos", disse a empresa.
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