Escola Municipal Juliano Moreira, na Taquara, está sem mediadores no turno da tardeReprodução/Google Maps
Mãe de gêmeos autistas denuncia falta de mediadores em escola municipal na Taquara
Secretaria de Educação do Rio estima que novos profissionais dedicados à Educação Especial vão chegar somente em novembro
Rio - A mãe de meninos gêmeos, ambos autistas, denuncia que não há material e nem funcionários para atender as necessidades dos filhos na Escola Municipal Juliano Moreira, na Taquara, Zona Oeste do Rio. Fernanda Gomez conta que travou uma luta contra a unidade para conseguir dar educação de qualidade para os pequenos Miguel e Samuel, de 5 anos.
Ao DIA, a mãe diz que os filhos não têm um mediador, profissional que auxilia alunos com deficiência a se adaptarem e aprenderem na sala de aula. As crianças são consideradas nível 3 de suporte, o nível máximo. Nesta categoria, o indivíduo pode ter dificuldades graves na rotina e déficit severo de comunicação.
Com a proximidade do encerramento do ano letivo, a escola também não teria fornecido um caderno de atividades para uma das crianças. Fernanda desabafa que os profissionais parecem não estar preparados para cuidar de alunos com autismo. Ela relata que já encontrou o filho isolado durante o intervalo, sem receber suporte.
"A gente vive uma luta grande e agora estou passando por mais essa. Não tem mediação na escola. Recentemente cheguei na escola e o Miguel estava sentado no chão sozinho. Eu sempre peguei ele sozinho no parquinho, mas nesse dia estava muito sol", conta.
Na última semana, Fernanda foi chamada na escola e comunicada que se quisesse continuar com os filhos na unidade ela mesma deveria ficar com eles nas aulas do período da tarde. As crianças estudam, atualmente, das 13h às 15h. "Na semana passada me informaram que eles não poderiam ficar. Faz uma semana que eles não vão para a escola. É direito deles estudar, não posso deixar isso impune. Meus filhos estão sendo humilhados, impedidos de estudar", disse. Além dos gêmeos, Fernanda é mãe de outras duas crianças, o que impossibilita acompanhar os meninos na escola.
O que diz a Secretaria Municipal de Educação
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, a unidade escolar em questão tem mediadores atuando somente na parte da manhã. "Até a chegada de novos mediadores na Escola Municipal Juliano Moreira, a equipe gestora busca estratégias para que os alunos tenham acompanhamento. Entre as sugestões estão a troca de horário para a parte da manhã, além da atuação da própria diretora em sala", disse a pasta por meio de nota. A chegada dos novos mediadores está prevista somente para novembro.
A secretaria reforçou que as escolas municipais do Rio contam com 7 mil mediadores. "Essa é uma marca histórica, que a Secretaria alcançou na gestão do prefeito Eduardo Paes. Em menos de um ano, 2 mil profissionais exclusivos para a área entraram na rede. Todos os profissionais da educação especial são mediadores no desenvolvimento educacional dos alunos e fundamentais para o bom atendimento", concluiu.
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