Publicado 22/10/2024 13:24
Rio - A defesa do técnico de informática Lourival Fatiga, assassino confesso de Anic Herdy, quer provar que a morte da advogada aconteceu no Motel Fujiama, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. O objetivo principal é conseguir a liberdade de Rebecca Azevedo dos Santos, amante de Lourival e única corré que está presa no caso, além do autor do crime. A morte no motel afastaria a possibilidade do crime de extorsão mediante sequestro, pelo qual Rebecca responde.
Publicidade"A nossa legislação prevê o crime de extorsão mediante sequestro seguido de morte, mas não existe o crime de morte seguido de sequestro, razão pela qual os dois filhos dele estão soltos", afirmou a advogada.
Novos elementos foram colhidos nesta segunda-feira (21) pela Polícia Civil no buraco em que o corpo de Anic estava, na casa em que Lourival morava com a mulher Patrícia, em Teresópois.
"Esses elementos são importantes não para defesa do Lourival, porque o Lourival é confesso, mas para defesa dos corréus que respondem por um crime de extorsão mediante sequestro sem nenhum elemento que aponte participação deles num crime de sequestro, até porque é um crime impossível de ser cometido porque ela havia morrido no início da tarde do dia 29 de fevereiro", reforçou a advogada.
No local em que Lourival concretou o corpo de Anic, a polícia apreendeu, na segunda-feira, diversos itens como lençol, uma venda que teria sido utilizada pela vítima durante a estadia no motel, a jaqueta utilizada por Anic, roupas íntimas, entre outros objetos. Para a defesa, a diligência comprovou que o réu tem oferecido informações corretas no processo.
Segundo a advogada Flávia Fróes, Lourival afirma que após matar Anic no motel pediu ao serviço de quarto para comprar o lençol, que ficou sujo de sangue durante o homicídio. "Ele alegou que a mulher estaria constrangida com a menstruação no tecido e convenceu a atendente a vender o lençol por R$ 200 para que ele pudésse levá-lo", contou a advogada na manhã desta terça-feira (22).
O lençol serviu para limpar as manchas de sangue na suíte e no carro do réu. Para a defesa, os novos elementos vão ajudar a provar que a morte ocorreu no motel.
No local em que Lourival concretou o corpo de Anic, a polícia apreendeu, na segunda-feira, diversos itens como lençol, uma venda que teria sido utilizada pela vítima durante a estadia no motel, a jaqueta utilizada por Anic, roupas íntimas, entre outros objetos. Para a defesa, a diligência comprovou que o réu tem oferecido informações corretas no processo.
Segundo a advogada Flávia Fróes, Lourival afirma que após matar Anic no motel pediu ao serviço de quarto para comprar o lençol, que ficou sujo de sangue durante o homicídio. "Ele alegou que a mulher estaria constrangida com a menstruação no tecido e convenceu a atendente a vender o lençol por R$ 200 para que ele pudésse levá-lo", contou a advogada na manhã desta terça-feira (22).
O lençol serviu para limpar as manchas de sangue na suíte e no carro do réu. Para a defesa, os novos elementos vão ajudar a provar que a morte ocorreu no motel.
"É preciso fazer a datação exata da morte. O lençol efetivamente agora foi encontrado. Lourival esclareceu com detalhes a posição em que tudo seria achado debaixo do concreto", disse a advogada Flávia Fróes."Inclusive um espeto de churrasco, que ele afirmou que se desfez na ocasião, estava lá", acrescentou.
O laudo de necropsia do caso Anic, que permite análises sobre as circunstâncias da morte e armas utilizadas, ainda não foi emitido pelo IML.
Defesa pediu 'fauna cadavérica'
A advogada Flávia Fróes solicitou que fosse colhida a "fauna cadavérica", ou seja, os insetos encontrados no corpo da vítima, para verificar se outras informações relatadas por Lourival condizem com as evidências.
"Através do estudo dos insetos e da antropologia forense das vestes é possível dizer se a narrativa dele bate com a realidade. Ele diz que depois que golpeou, Anic caiu. Antes de morrer, ela teria se urinado, então nós pedimos para conservar as vestes. Todas efetivamente eram aquelas do dia em que a vítima desapareceu", explicou.
Flávia Fróes argumentou que a data da morte pode ser corroborada pelo estudo dos insetos. "Os insetos se alimentam do corpo e alguns têm o crescimento e um tamanho diferente de acordo com o tempo de morte. Então eles são utilizados para estabelecer a data. Pra gente é importante se estabelecer a data por conta dos corréus", reforçou.
A Polícia Civil vai refazer os últimos passos da advogada Anic Herdy em uma reprodução simulada marcada para acontecer nesta quarta-feira (23). A reconstituição será realizada a partir das 7h, na Região Serrana, e vai contar com a participação de Lourival Fatiga, atualmente preso.
Nesta segunda-feira (21), os investigadores cumpriram um mandado de busca e verificação no local onde estava o corpo da advogada, em Teresópolis.
Anic desapareceu em 29 de fevereiro em Petrópolis, mas o registro do sumiço da advogada só aconteceu em 14 de março, porque Lourival orientou o marido da vítima, Benjamim Herdy, a não procurar as autoridades. Nesse intervalo de tempo, Benjamim recebia ameaças por meio de mensagens de texto dos supostos sequestradores e pedidos de resgate que totalizam R$ 4,6 milhões.
As investigações apontaram que Lourival, os filhos e sua amante se beneficiaram da quantia. Eles foram denunciados por envolvimento no crime. Em 30 de agosto, a defesa de Lourival, já réu no caso de Anic Herdy, afirmou que ele confessou ter matado a advogada no mesmo dia do desaparecimento, em 29 de fevereiro. A defesa ainda detalhou que não houve sequestro e que a vítima entrou no carro de Lourival, com quem tinha um relacionamento extraconjugal, por espontânea vontade.
O corpo de Anic foi localizado em avançado estágio de decomposição, enrolado em um plástico bolha, em Teresópolis, na Região Serrana, no dia 25 de setembro deste ano.
Lourival apontou o marido da vítima, Benjamim Cordeiro Herdy, de 78 anos, como mandante do crime por meio de uma carta entregue à sua defesa. De acordo com os advogados, o idoso teria ordenado a morte de Anic em janeiro e o falso sequestro seria uma maneira de encobrir o crime.
Na ocasião, o advogado João Vitor Ramos, que representa Benjamim e a família de Anic, disse que os familiares entenderam a entrevista como uma ato de desespero e crueldade.
Na ocasião, o advogado João Vitor Ramos, que representa Benjamim e a família de Anic, disse que os familiares entenderam a entrevista como uma ato de desespero e crueldade.
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