Rio - A Polícia Civil vai refazer os últimos passos da advogada Anic Herdy em uma reprodução simulada marcada para acontecer nesta quarta-feira (23). A reconstituição será realizada a partir das 8h, na Região Serrana, e vai contar com a participação do assassino confesso, Lourival Fatiga, atualmente preso. Este foi um pedido da defesa do réu.
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Nesta segunda-feira (21), os investigadores cumpriram um mandado de busca e verificação no local onde o corpo da advogada foi encontrado, em Teresópolis. Segundo a Polícia Civil, a ação tem como objetivo complementar a perícia realizada anteriormente. Eles tentam descobrir, por exemplo, a dinâmica do crime e a profundidade do buraco que foi aberto.
Anic desapareceu em 29 de fevereiro em Petrópolis, mas o sumiço da advogada só foi registrado em 14 de março, porque Lourival orientou o marido da vítima a não procurar as autoridades. O réu se apresentou à família como policial federal e passou a ser o responsável por fazer a segurança do casal e dos filhos. Ele tinha acesso irrestrito a cartões de crédito e senhas da família.
Nesse intervalo de tempo, Benjamim Herdy, marido de Anic, recebia ameaças por meio de mensagens de texto dos supostos sequestradores e pedidos de resgate. Ao todo, foi pedido R$ 4,6 milhões, posteriormente pagos em dinheiro e em moedas de bitcoins.
Uma mensagem em tom de despedida foi enviada pelo celular da advogada, uma hora após o pagamento. O texto diz que a própria Anic orquestrou o sequestro para receber o dinheiro e que ela optou por ir embora do Brasil com um suposto amante, que seria policial civil.
Porém, as investigações apontaram que Lourival, os filhos e sua amante foram os beneficiários da quantia. . Eles foram denunciados por envolvimento no crime. Em 30 de agosto, a defesa de Lourival, já réu no caso de Anic Herdy, afirmou em entrevista coletiva que ele confessou ter matado a advogada, no mesmo dia do desaparecimento, em 29 de fevereiro. A defesa ainda detalhou que não houve sequestro e que a vítima entrou no carro de Lourival, com quem tinha um relacionamento extraconjugal, por espontânea vontade.
Lourival apontou o marido da vítima, Benjamim Cordeiro Herdy, de 78 anos, como mandante do crime por meio de uma carta entregue à sua defesa. De acordo com os advogados, o idoso teria ordenado a morte de Anic em janeiro e o falso sequestro seria uma maneira de encobrir o crime.
Na ocasião, o advogado João Vitor Ramos, que representa Benjamim e a família de Anic, disse que os familiares entenderam a entrevista como uma ato de desespero e crueldade. Segundo a defesa, Lourival mudou a sua versão, após a conclusão das investigações, para desestabilizar a família da vítima.
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