Foto dos chefes de Estado no encerramento do G20 nesta terça-feira (19)Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva presidiu a reunião de encerramento da Cúpula do G20 no início da tarde desta terça-feira (19) no Museu de Arte Moderna do Rio (MAM-Rio). Lula desejou sorte ao presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, que assumirá o comando do fórum em 2025, e destacou conexões históricas entre a América Latina e a África, durante sua fala.

"Esta não é uma transmissão de presidência comum – é a expressão concreta dos vínculos históricos, econômicos, sociais e culturais que unem a América Latina e a África", discursou.

A presidência do G20 passa à África do Sul em 1° de dezembro. Durante a gestão inédita brasileira, o grupo dos 20 realizou mais de 140 reuniões em quinze cidades brasileiras. Lula destacou que foram emitidas declarações consensuais na maioria dos grupos de trabalho. "Trabalhamos com afinco, mesmo cientes de que apenas arranhamos a superfície dos profundos desafios que o mundo tem a enfrentar", falou.

O presidente brasileiro considerou que após a presidência sul-africana, todos os membros terão liderado o G20. "Será um momento propício para avaliar o papel que desempenhamos até agora e como devemos atuar daqui em diante. Temos a responsabilidade de fazer melhor", afirmou.
Ao desejar sorte ao sucessor, Lula citou o ilustre sul-africano Nelson Mandela: "Lembro as palavras de outro grande sul-africano, Nelson Mandela, que disse: é fácil demolir e destruir; os heróis são aqueles que constroem. Vamos seguir construindo um mundo justo e um planeta sustentável", declarou o brasileiro.
Lula destacou que o G20 segue para o quarto ano liderado por países em desenvolvimento. "Indonésia, Índia, Brasil e, agora, África do Sul trazem à mesa perspectivas que interessam à vasta maioria da população mundial", avaliou.

O presidente destacou a iniciativa brasileira da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada na cúpula na segunda-feira (18), e o debate inédito sobre a taxação de super-ricos.

Sob a liderança brasileira, o G20 pautou a mudança do clima na agenda dos Ministérios de Finanças e Bancos Centrais e aprovou o primeiro documento multilateral sobre bioeconomia.

O presidente Lula citou o Chamado à Ação por reformas que tornem a governança global mais efetiva e representativa e o diálogo com a sociedade civil por meio do G20 Social, que antecedeu a cúpula.

O Grupo de Trabalho sobre Empoderamento das Mulheres e o décimo oitavo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável proposto pela presidência brasileira para promover a igualdade racial também foram citados no encerramento da cúpula.

Os líderes, na sequência, foram convidados a assistir um vídeo sobre o G20 na África do Sul, que não foi transmitido à imprensa. Uma nova foto oficial foi tirada, desta vez em um ambiente interno. O presidente americano Joe Biden participou do registro, no entanto, Javier Milei, da Argentina, não estava.
Após o encerramento oficial, o presidente Lula ofereceu um almoço ao presidente americano Joe Biden. Em seguida, o anfitrião do G20 faria uma coletiva de imprensa aos jornalistas, brasileiros e estrangeiros, que se concentraram no Centro Internacional de Mídia, no Vivo Rio, mas o evento foi cancelado.
O Brasil se reuniu bilateralmente com o Japão, às 15h30 e com Reino Unido e Irlanda do Norte às 16h20.
A presidência da República anunciou os resultados da rodada de investimento pelo presidente Lula e pelo diretor-geral das Organizações Mundiais de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, às 17h30. O retorno do presidente Lula para Brasília aconteceu no início da noite, às 18h15.
Último dia
Os líderes do G20 estiveram no Museu de Arte Moderna do Rio para último dia de Cúpula nesta terça-feira (19). Os chefes de Estado trabalharam com foco no desenvolvimento sustentável e na transição energética, abordando estratégias para enfrentar o aquecimento global e as mudanças climáticas. Em seu discurso na terceira sessão da Cúpula do G20, o presidente Lula ressaltou a necessidade de uma mobilização global para enfrentar a crise climática.