Reparo na adutora que rompeu e provocou morte de Marilene Rodrigues, 79, foi concluído na quarta-feiraArmando Paiva/Agência O Dia
Reparo de adutora é concluído, mas serviço em Rocha Miranda segue até domingo
Águas do Rio informou que equipes realizam trabalho de recomposição do asfalto. Família de idosa morta em rompimento e outras duas permanecem em hotel
Rio - A Águas do Rio concluiu o reparo na adutora que se rompeu em Rocha Miranda, na Zona Norte, e provocou a morte de Marilene Rodrigues, de 79 anos. O serviço foi finalizado na noite de quarta-feira (27), mas as equipes da concessionária vão permanecer na Rua das Opalas para o trabalho de recomposição do asfalto, que será finalizado até o domingo (1º). Nesta quinta-feira (28), o Sistema Ribeirão das Lajes segue operando com 73% da capacidade e as áreas atendidas pela tubulação com o abastecimento afetado.
De acordo com a Águas do Rio, em casos de acidentes com adutoras, a concessionária "ativa o plano de emergência para garantir acolhimento, limpeza das áreas e restabelecimento do abastecimento". A empresa informou que ofereceu estadia em hotel e alimentação à três famílias afetadas. Entre elas, a de Monique Cristina Braga de Souza, filha da idosa que morreu soterrada, depois que a casa dela desabou com o rompimento da tubulação. O corpo da vítima foi sepultado nesta quarta-feira, no Cemitério de Irajá.
Ainda segundo a empresa, a família está hospedada na Zona Norte, desde a noite de terça-feira (26). O rompimento ocorreu na madrugada do mesmo dia. Durante o sepultamento, Monique, que tem um filho com Síndrome de Down e uma filha de 2 anos, chegou a dizer que a empresa ofereceu estadia de dois dias, após negociações. Mas, a concessionária afirmou, em nota, que os famílias impactadas estão recebendo suporte contínuo e que apoio será mantido até que a Defesa Civil Municipal desinterdite os imóveis.
A adutora tem 74 km de extensão e faz parte de um sistema de abastecimento que, segundo a concessinária, "é complexo e antigo em toda a Região Metropolitana do Rio, cuja modernização está em curso desde o início da concessão". No momento do rompimento, passavam 511 litros de água por segundo no trecho. A tubulação é de concreto e tem diâmetro de 1,75 metros. No último domingo (24), outro rompimento havia ocorrido na mesma adutora, na Rua Fausto Cardoso, também em Rocha Miranda.
Em nota, a Águas do Rio destacou que, durante a paralisação programada do Sistema Guandu foram realizadas mais de 80 intervenções, incluindo instalação de válvulas automáticas para reduzir vazamentos, monitoradas pelo Centro de Operações Integradas da concessionária. "Os equipamentos fazem parte do projeto de melhoria e segurança do abastecimento, em curso desde o início do ano, com a instalação de 266 válvulas".
O rompimento da adutora é investigado pela 40ª DP (Honório Gurgel) e a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Rio (Agenersa) abriu um processo regulatório para apurar as causas do acidente e as responsabilidades da concessionária. A Secretaria de Estado de Defesa do Consumidor (Sedcon) e a Autarquia de Proteção e Defesa do Consumidor do Rio (Procon-RJ) notificaram a Águas do Rio por falha na prestação do serviço. A concessionária tem 15 dias para apresentar defesa, sob pena de multa que pode chegar a mais de R$ 13 milhões.
Moradores sofrem com falta d'água
Devido ao incidente, o abastecimento segue impactado em bairros do Rio, Japeri, Nova Iguaçu e Queimados, na Baixada Fluminense, por conta da redução do Sistema Ribeirão das Lajes, do qual o adutora faz parte, para o reparo. Com o término do serviço, a produção de água no sistema será integralmente restabelecida de forma gradual, segundo a Águas do Rio. A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) informou que, na manhã de hoje, a operação segue em 73% da capacidade, conforme solicitação da concessionária, que ainda avalia a viabilidade de recolocar a adutora em carga.
As áreas de abrangência da adutora e que estão com o abastecimento afetado na capital fluminense são Glória, Catete, Flamengo, e parte de Laranjeiras, na Zona Sul; Centro, Catumbi, Cidade Nova, Estácio, na Região Central; além da Zona Norte, com exceção da Grande Tijuca. Em Nova Iguaçu, são Jardim Guandu, Prados Verdes e KM-32.
Já em Japeri, são Cidade Jardim Marajoara, Cidade Sr. Do Bonfim, Citrópolis, Eldorado, Marajoara, Morro Citrópolis, Parque Guandu, Parque Mucaja, Parque Santos, Santa Terezinha, Belo Horizonte, Centro, Engenheiro Pedreira, Eucaliptos, Jardim Primavera, Jardim São João, Nova Belém, São Jorge, Transmontana e Vila Central. E em Queimados, são Distrito Industrial, Jardim Campo Alegre, Jardim da Fonte, Parque Industrial, Parque Olimpo, Piabas, Pinheiro, Parque Ipanema, Eldorado, Fonte Cova, Grande Rio, Jardim São Miguel, Jardim Magnolia, Jardim Santa Rosa, Jardim Vista Alegre, Parque Valdariosa e Valdariosa.
Outras áreas das cidades do Rio e Baixada Fluminense também sofrem com a falta d'água, porque o Sistema Guandu ainda não opera com a capacidade total, quase 48 horas após a conclusão da manutenção preventiva anual. Nesta quinta-feira (28), a operação está em 91%, porque é necessário aguardar a finalização dos serviços das concessionárias para viabilizar a retomada integral da produção de água. O abastecimento para mais de 10 milhões atendidas será normalizado em até 72 horas, após a retomada total do sistema.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.