Um dos casos é investigado pela 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes)Arquivo / Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Polícia investiga acusação de estelionato contra empresa de serviços de buffet
Uma das denunciantes relatou que pagou para ter o trabalho no dia do seu casamento, mas ficou sem a comida e a bebida, previstas no contrato
Rio - A Polícia Civil investiga uma acusação de estelionato contra a responsável por uma empresa de serviços de buffet. Uma das denunciantes relatou que pagou para ter o trabalho no dia do seu casamento, mas ficou sem a comida e a bebida, previstas no contrato.
Em entrevista ao DIA, a professora Danielle Loureiro disse que contratou o serviço da Cella's Gastronomia no dia 6 de novembro deste ano para o seu casamento, realizado no dia 15 de dezembro, em Guaratiba, na Zona Oeste. O combinado, por meio de contrato, era de que o pagamento de R$ 1.746,50 fosse realizado em 50% no dia da contratação do serviço e o restante na data do evento.
Segundo Danielle, três dias antes do seu casamento, Marcela Villas Boas Cluk, responsável pela empresa, pediu mais uma quantia adiantada dizendo que precisava comprar mais coisas. Desta forma, a professora destacou que mandou mais R$ 300 além dos 50% do valor total já enviado. Contudo, a contratante disse que o buffet não apareceu no dia do evento.
"Uma pessoa entrou em contato comigo dizendo que ela (Marcela) tinha sido assaltada no dia anterior e que não tinha como fazer o evento porque tinham levado tudo. Eu pedi pra que ela mandasse o dinheiro de volta porque nós tínhamos que comprar as coisas. Já era no dia da festa. Ela disse que ia devolver, mas não devolveu. A festa ocorreu sem ela e o meu marido teve que ir ao mercado comprar as coisas. Tivemos que contratar um churrasqueiro em cima da hora. Foi um transtorno e uma coisa horrível", comentou.
Desde então, Danielle afirmou que não recebeu o dinheiro de volta. Após passar o casamento, a professora soube sobre outras pessoas que contrataram o serviço e também não receberam o buffet.
"Ela não apresentou nenhum registro de ocorrência quando disse que foi assaltada. Foi um transtorno horrível para mim e para um monte de gente que também está passando por isso. Meu sentimento é de muita raiva e impotência de não poder fazer nada, além do constrangimento dos meus convidados estarem na festa e não ter o buffet que foi contratado. Eu e meu marido fomos lesados. A gente levou um golpe bem feio. Eu nem queria aparecer no dia. Estava chorando desesperada. Meu marido que me acalmou e fez as coisas acontecerem. É um sentimento grande de impotência, constrangimento e raiva", destacou.
A professora registrou o caso na 43ª DP (Guaratiba) e esteve na delegacia na segunda-feira (23) para prestar depoimento. A Polícia Civil informou que a ocorrência foi encaminhada para a 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes) para continuidade das investigações.
Outras reclamações
Assim como Danielle, outros clientes começaram a comentar postagens da empresa dizendo que foram lesados e vítimas de golpes. Ao DIA, Lauryn Souza afirmou que contratou o serviço também para o dia 15 deste mês e ficou sem o buffet. A confraternização do grupo de amigas foi realizada em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
"Ela (Marcela) foi indicada por uma amiga minha que já tinha feito um evento uma semana atrás. Até então, ela realmente estava cumprindo. A gente só percebeu que era um golpe no dia. O marido dela ligou dizendo que ela tinha sido assaltada voltando de um evento em Coelho Neto, na Zona Norte, mas que iria ao nosso, só que chegaria uma hora atrasada. Eu falei que não tinha problemas. O tempo foi passando e ela me ligou dizendo que não tinha como ir mais. Falei que não era dessa forma porque tinha várias pessoas esperando o evento acontecer. Pessoas que vieram de longe. Foi triste porque tínhamos confiado nela e ela fez isso", disse.
De acordo com Lauryn, que registrou o registrou o caso online na 64ª DP (São João de Meriti) nesta quinta-feira (26), ela começou a pressionar a responsável pelo estabelecimento uma semana após o evento em busca de ter o seu dinheiro de volta.
"O marido dela mandou R$ 200 no dia. Passou uma semana e começamos a pressionar. Aí mandou mais R$ 500. Só que gastamos mais de R$ 1 mil com ela. Pega o seu dinheiro, te bloqueia e diz que nada está acontecendo. Ela dá R$ 100 e diz que tá pagando, mas tem gente que ela nem pagou", comentou.
Outra pessoa que se sentiu lesada com a contratação do serviço é Marcella Brasil. Ao DIA, a mulher contou que pagou o buffet para o aniversário da filha, que será realizado em janeiro de 2025, mas, ao saber que surgiram pessoas que relatando que era golpes, ela revolveu pedir o dinheiro de volta, o que também não aconteceu.
"Ela tem muita referência boa e isso começou a acontecer agora. Tudo aparentemente correto, pois o CNPJ estava ativo. Paguei 50% e estava tudo indo bem. Foi aparecendo um monte de gente que tinha sofrido um golpe. Como aconteceu tudo isso, eu entrei em contato e ela me deu dois dias úteis para me pagar e nada. Depois, mais 10 dias úteis. Sempre dando desculpas e nada. Cada vez é algo diferente. Ela não vem tentando resolver o problema. Ela destruiu um sonho né", contou Marcella, que comentou que registrou o caso online, na 64ª DP (São João de Meriti), e está esperando a delegacia a chamar para depor.
De acordo com a Polícia Civil, os agentes da 64ª DP também vão ouvir os envolvidos e realizar demais diligências para esclarecer o fato.
O que diz a responsável pela empresa?
Procurada pela reportagem, Marcela Villas Boas disse que muitos clientes estão "inventando histórias", mas que, de fato, ela e a empresa estão com dificuldades financeiras. "Estou fazendo acordos para devolver, mas mesmo assim são muito poucos", comentou.
A empresária destacou que seu advogado dará um posicionamento assim que retomar às atividades, no próximo dia 2.
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