Gabriel Alves Ferreira, de 22 anos, é morador do bairro Santa Catarina, em São GonçaloReprodução

Rio - A sensação de incerteza e a angústia têm sido realidade para a família do estudante Gabriel Alves Fernandes, de 22 anos, desaparecido desde a madrugada do dia 1º, na virada de Ano Novo. Segundo os parentes, o rapaz mora em São Gonçalo e foi curtir a festa de Réveillon na Praia de Icaraí acompanhado de quatro amigos, de onde o grupo teria saído para outro evento e se envolvido em uma confusão. O caso é investigado pela Delegacia de Descobertas de Paradeiros da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG). 
Marilena Alves, de 49 anos, mãe de Gabriel, diz que ele e os amigos resolveram esticar as celebrações indo para uma festa no Centro Cultural de Cidadania e Economia Criativa, conhecido como MACquinho, que fica próximo ao Morro do Palácio. Foi no local onde aconteceu a confusão entre um dos amigos de Gabriel e um homem, que seria traficante da comunidade vizinha ao espaço. 
"Ouvimos de pessoas que estavam lá durante a confusão que esse homem teria dado uma coronhada no amigo do Gabriel. Meu filho tentou defender o amigo e essa arma caiu. Nisso, disseram que o Gabriel pegou a arma do chão, correu e jogou fora. Os amigos dele então correram. Não sei se viram o que aconteceu, mas pelo que ouvimos meu filho foi agarrado na escada pelos traficantes e mataram ele", disse a mãe, com a voz embargada. 
Segundo a mãe, os detalhes da briga e a notícia da morte de Gabriel foram passados por pessoas ouvidas pela família durante as buscas, ainda na manhã do dia 1º, horas a O Dia pós a confusão. Marilena conta que a família rodou por hospitais, casas de amigos, além de ter ido até à 77ª DP (Icaraí), onde foi feito o registro de ocorrência.
Por fim, um membro da família também teria ido até à comunidade do Morro do palácio, vizinha ao MACquinho, onde moradores confirmaram a suposta execução do jovem por traficantes.
"Meu filho estava de camiseta, bermuda de brim e havaianas brancas. Ele tinha um piercing na sobrancelha esquerda e várias tatuagens pelo corpo. Não acharam o telefone dele ainda. Estou vivendo à base de remédios. Não sei mais o que fazer", lamentou.
A mãe do rapaz também contou que Gabriel tinha o desejo de ser preparador físico e que atualmente trabalhava como goleiro de aluguel, além de cursar faculdade de educação física. "Estou desesperada. Não quero ficar dentro da minha casa porque tudo me lembra o meu filho. Era um garoto amável, doce e cheio de vida", disse.
Desacreditados pelos relatos que apontam para a morte de Gabriel, os parentes do rapaz pedem por Justiça e que, ao menos, o local onde o corpo dele está seja revelado. "Só quero enterrar meu filho e que o responsável por isso seja preso", finalizou.
A Polícia Civil informou que agentes do Setor de Descoberta de Paradeiros da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) fazem buscas para tentar localizar o estudante.