Moradores ficam quase 12h sem energia em condomínio na FreguesiaMarco Moreira/ Agência O DIA
De acordo com o jornalista Marco Moreira, as quedas de energia ocorrem por mais de um ano, mas se intensificaram neste verão. "De umas três semanas pra cá estamos ficando 15h a 18h sem luz. Tem sido um absurdo, porque perdemos coisas na geladeira e não conseguimos dormir. É uma ou duas vezes por semana e demora horas pra Light resolver o problema, que é o transformador, e eles não trocam", explicou.
Marcos que também é pai de um menino de três anos revelou ainda os transtornos em meio ao calor. "Essa madrugada, mais uma vez, eu passei acordado abanando meu filho por causa do calor e dos mosquitos", disse.
"Minha filha tem vários aparelhos dentro de casa em que ela é dependente. No dia 22 de janeiro faltou luz, eu liguei para Light e avisei que minha filha tinha necessidades especiais, só que a energia só chegou às 18h do dia seguinte. Então, eu tive que ir para casa da mãe do meu marido. Já ontem por volta de 00h, faltou luz de novo e novamente tive que tirar minha filha de casa", afirmou.
Suzane reforça que a filha também precisa se manter em lugares frescos, com ar condicionado, e que ela chegou a adoecer por conta dos translados.
"Ainda no dia 23 de janeiro, quando eu voltei para casa faltou luz de novo e só voltou 00h do dia seguinte. Resumindo, minha filha apresentou febre de 40ºC, depois teve hipotermia e eu tive que internar ela. No hospital foi constatado que ela pegou covid. Isso tudo por causa da incompetência da Light, de eu ter que ficar transportando minha filha”, relatou.
A mãe da menina frisou ainda que em meio às reclamações a auxiliaram a levar a filha ao hospital em caso de falta de energia, o que a deixa revoltada. "Ou seja, é pegar minha filha e levar para o hospital público mais próximo ou chamar uma ambulância porque a Light não tem capacidade de resolver o problema em tempo hábil. Então, mais uma vez, minha filha tá fora de casa. É um descaso! O gerador não está suportando e ninguém faz nada", finalizou.
Outra moradora afetada é a empresária Sônia Monteiro, 46 anos, que precisa da luz especificamente para o armazenamento de remédios caros na geladeira.
"Minha filha precisa desses remédios. Além disso, no condomínio tem uma criança acamada, idosos, bebês e todos precisam de luz. Ontem minha família dormiu dentro do carro pela segunda vez. Minha gata também foi castrada ontem e tem que ficar com roupa cirúrgica. Tem mais pessoas que usam remédios caros que precisam de refrigeração", explicou.
A vizinha Maria Cláudia Ribeiro reforça o sofrimento em meio ao calor. "Tentei botar um colchão no quintal, mas tem muitos mosquitos. Já tem mais de um mês assim e não temos a quem recorrer. Light já viu o problema, mas não resolveu. O próprio funcionário mesmo disse que esses consertos são paliativo pois o transformador não suporta a carga e tem que trocar", afirmou.
No local, outros moradores também contaram o sufoco com as altas temperaturas. "Botei o colchão no terraço e coloquei uma toalha molhada em cima de mim para diminuir o calor. Não dormi nada essa noite, mais uma vez", disse a massoterapeuta Fátima Lima Milanez.
"Antigamente quando a gente fazia contato com a Light, eles vinham logo, mas agora não, demoram muito para vir. E a maioria dos moradores liga e eles não aparecem", afirma o pintor Genival José de Oliveira.
"Um descaso total da Light, um verdadeiro absurdo! No Verão minha conta vem em média R$600 por mês e eles entregam esse serviço. Toda a vez que isso acontece perco alimentos da geladeira. É um prejuízo enorme", finalizou a psicóloga Cléa Carvalho Lobo.
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