O estaleiro pertence à empresa SuperpesaDivulgação

Rio – Um estaleiro localizado na Cidade Universitária, na Ilha do Governador, na Zona Norte, às margens da Baía de Guanabara, foi interditado na manhã desta segunda-feira (10). No espaço, que era usado para desmanche irregular de navios, havia contaminação do solo e lançamento de resíduos tóxicos no mar.
De acordo com investigações da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente e do Comando de Polícia Ambiental, o estaleiro funcionava como 'um ferro-velho marítimo'. Quando os agentes chegaram ao local, dois navios passavam pelo processo de desmanche.
Durante a operação, nove pessoas foram notificadas. Dentre elas, o gerente da Superpesa, empresa responsável pelo estaleiro. Ele foi detido em flagrante por crimes ambientais.
Após receber denúncia sobre o estaleiro, o Núcleo de Inteligência do Inea investigou e monitorou as atividades no local por três semanas. Segundo o órgão, no local, as equipes identificaram diversas infrações ambientais, como poluição do solo e da Baía de Guanabara por vazamento de óleo; operação de atividade de descomissionamento (desativação de um sistema ou empreendimento) sem licença ambiental; e acondicionamento irregular de produto perigoso.
Além disso, a empresa também expunha operários a materiais tóxicos.
A reportagem procurou a Superpesa – que pode receber uma multa de até R$ 50 milhões – em busca de um posicionamento, mas não obteve sucesso. O espaço segue aberto.
O Inea enfatizou também que o estaleiro não tinha licença para o desmanche de navios, apenas para reparos nas embarcações. Para tal atividade, o espaço, além do credenciamento, também deve apresentar um plano de descarte com critérios técnicos de reciclagem e proteção ambiental.
Em agosto do ano passado, o Inea já havia notificado a Superpesa devido a um abuso de licença, já que mais uma vez foi identificada atividade de descomissionamento sem licença.

"Pela segunda vez estamos fechando essa espécie de ferro-velho de navios, que muitas vezes são responsáveis por jogar peças obsoletas no mar, além de outros poluentes. Estamos promovendo um intenso trabalho de despoluição da Baía de Guanabara, e esse trabalho de fiscalização e inteligência é essencial para alcançarmos essa meta", disse Bernardo Rossi, secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade.