Rio - A comunidade da Vila Aliança, em Bangu, na Zona Oeste, teve rajadas de tiros e queimas de fogos na madrugada desta quarta-feira (19) em alusão ao aniversário de 42 anos do chefe do tráfico, Rafael Alves, o Peixe. Nas redes sociais, vídeos registraram o tiroteio na região.
Ainda nas redes sociais, internautas compararam a "festa" com o Réveillon, devido a quantidade de fogos. "Aniversário do homem, tem que fazer barulho", disse um comentário. "Ano novo né tropa? Ano começou agora", afirmou outro.
Apesar do "show de luzes", moradores relataram desespero em meio aos tiros. "Ter que segurar a criança dormindo, porque se treme toda com o barulho. Desesperador, quem não 'fica por dentro' do que está acontecendo até se assusta", contou uma moradora. "Eu tô nervosa, só quem mora perto do Catiri sabe", relatou mais uma.
Procurada, a Polícia Militar informou que não foi acionada. O policiamento está reforçado na manhã desta quarta-feira (19).
Quem é Peixe?
O traficante Rafael Alves, apontado como o líder do tráfico de drogas da região dominada pela facção Terceiro Comando Puro (TCP), foi preso em abril de 2023 em uma ação conjunta das polícias Militar e Civil na comunidade da Vila Aliança. Na ocasião, três fuzis e duas pistolas, incluindo uma dourada, foram apreendidos na ação. Outros dois homens, que faziam a segurança de Rafael, também foram presos. Um outro suspeito, que também fazia a segurança de Peixe, morreu após ser baleado em um confronto com policiais.
Peixe já havia sido preso em 2015 depois que agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) receberam uma denúncia de que ele estava escondido em um apartamento de um condomínio na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Em 2020, Rafael deixou a cadeia para cumprir prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica após uma decisão da Justiça. Contudo, ele passou a ser considerado foragido depois de ter rompido o aparelho e escapado do monitoramento.
Essa não é a primeira vez que criminosos comemoram o aniversário do chefe. Em 2015, o evento começou cedo na comunidade. No cardápio foram ‘servidos’ drogas, cerveja, vodca e energético. Para animar a galera, um grupo de dançarinas foi contratado e todas rebolaram até o chão. Na ocasião, Peixe tinha como recompensa por sua prisão um valor de R$ 20 mil. Ele ainda era conhecido por usar um famoso cordão com o escudo do Flamengo, um dos seus apelidos.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.