A alegria de Pietra com os paisDivulgação

Rio - O Dia Mundial da Síndrome de Down é celebrado em 21 de março, uma data dedicada à conscientização e inclusão. Entre os avanços da medicina, o exame de sangue NIPT (teste pré-natal não invasivo) tem se destacado como uma opção segura e eficaz para identificar o risco de síndromes cromossômicas, como a Síndrome de Down, ainda durante a gestação. Simples e sem riscos para a mãe e o bebê, esse exame permite um acompanhamento mais cuidadoso e informado da gravidez.O NIPT é um exame pré-natal que analisa o DNA do feto através de uma amostra de sangue da mãe. O objetivo é identificar possíveis alterações cromossômicas que possam afetar a saúde do bebê. A patologista clínica, Dra. Christina Bittar, diretora médica da rede de Laboratórios Bittar, explica que esse teste é um exame genético não invasivo, pode calcular a probabilidade de o bebê nascer com determinadas síndromes e direcionar a gestante para outros exames.

"O NIPT é um teste que analisa o DNA fetal presente no sangue materno. Ele pode detectar a presença de certas condições genéticas, como a Síndrome de Down (Trissomia 21), Síndrome de Edwards (Trissomia 18), Síndrome de Patau (Trissomia 13) e outras condições genéticas", explicou.

Segundo a médica ginecologista obstetra pela UniRio, Dra. Ana Sodré, o exame pré-natal é indispensável para a identificação da síndrome de forma precocemente, quando o bebê ainda está no útero. "Quando a mulher inicia cedo aos exames, é possível detectar entre a 11ª e 13ª semana de gestação através da ultrassonografia de transluscência nucal. O que não significa dizer que este é um indicativo de uma gestação ruim, mas sim, diferenciada e nós como profissionais da saúde temos o papel fundamental de apoiar e cuidar desta mulher neste período de sua vida. Esta manifestação precoce implica na oferta de apoio desde cedo à mãe", disse a especialista.
Apoio à saúde mental

A psicoterapeuta Sandra Salomão, especialista em terapia de família e mulheres reforça a necessidade deste apoio à saúde mental não apenas da mãe, mas da família. "A mãe em primeiro lugar pode ser a parte mais afetada com o diagnóstico, especialmente se falamos da maternidade solo. O pai, os avós, a família também precisam ser vistos como um todo de forma sistêmica, pois estamos falando de expectativas, planos, rotinas, adaptações que não podem ser vistas como um problema. Afinal, o diagnóstico pode trazer um turbilhão de emoções — desde o medo e a culpa até a necessidade de adaptação à nova realidade. Esse processo pode ser desafiador, tanto para lidar com os preconceitos sociais, os próprios preconceitos, quanto para ajustar expectativas pessoais de não ter o filho idealizado saudável", completou Sandra.

Com mais de 40 anos de experiência no cuidado terapêutico às famílias, Sandra que também é professora de psicologia da PUC-RJ reforça que trabalhar o reforço das emoções de forma precoce ajuda a mulher e família a trabalharem a construção da singularidade. "Não significa dizer que a família será pior ou melhor, mas que a família, o casal terá uma oportunidade de se redescobrir com mais possibilidades e deixar de olhar as síndromes como uma diferença, mas como uma singularidade individual e interessante. Isso acontece principalmente quando trabalhamos a fortificação emocional de forma antecipada, preparando a família para lidar com o mundo externo", finalizou.
Descoberta no parto
O bancário Rodrigo Chaves, 50 anos, descobriu junto com sua esposa, Jacimara Soares, que sua terceira filha, Pietra de 4 anos, tinha a Síndrome de Down no momento do parto. "Realizamos o pré natal com todo rigor, todos os exames e nada apontou a síndrome. Essa experiência de descobrir no parto é desafiadora e uma surpresa nesse primeiro impacto. Depois tivemos um intensivo sobre a síndrome e entendemos a importância dos estímulos precoces para o desenvolvimento dela. Assim fizemos e começamos os tratamentos nela, como fisioterapia e fono, de forma muito precoce. Descobrimos que é possível viver normalmente mas a estimulação precoce é essencial", comentou o também pai da Juliana e Alícia, de 18 e 9 anos respectivamente.
FESTIVAL  - E para celebrar o Dia Mundial da Síndrome de Down, o Teatro Popular Oscar Niemeyer, em Niterói, vai receber a 2° Edição do Festival Din Down Down 2025: A Desinvenção da Deficiência, realizado pelo Instituto Gingas. O evento, marcado para dia 22/03 das 14h às 18h, visa celebrar a inclusão e a diversidade por meio da cultura com atividades para toda a família. Das 14h às 14h30min acontecerá a recepção e credenciamento para o evento, das 14h30min às 16h será vez das apresentações artísticas, bate papo e roda de conversa; e das 16h às 17h30min será realizada uma grande roda de capoeira, lanche e atividades recreativas.

SERVIÇO:
2° Edição do Festival Din Down Down 2025: A Desinvenção da Deficiência
Data: 22/03/2025
Horário: 14h às 18h
Grátis
Classificação etária livre
R. Jorn. Rogério Coelho Neto, s/n
Centro de Niterói.