Felipe Marques Monteiro, baleado durante uma operação na Vila AliançaReprodução

Rio - Familiares e amigos do copiloto da Polícia Civil, Felipe Marques Monteiro, baleado durante uma operação na Vila Aliança, na Zona Oeste do Rio, nesta quinta-feira (20), iniciaram uma campanha de doação de sangue para o agente. Ele está internado em estado gravíssimo no Hospital Miguel Couto, no Leblon.
O pedido convocou voluntários a comparecerem ao Hemorio, no Centro do Rio, para contribuir. Por meio das redes sociais, a Polícia Civil divulgou um vídeo mostrando agentes e alunos da academia doando sangue. Familiares da vítima foram até o hospital nesta tarde, buscar informações sobre seu estado de saúde.
Felipe foi atingido enquanto pilotava uma aeronave do Serviço Aeropolicial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), durante uma operação contra roubo a vans na Vila Aliança. O alvo da ação foi uma quadrilha, que atua principalmente na Zona Oeste e desmancha os veículos para vender suas peças. Seis pessoas foram presas. Na região, há ainda registro de tiroteio e barricadas em chamas.
"Um instrumento vital para garantir a segurança dos agentes e da população mais uma vez foi alvo de uma ação covarde. Criminosos atacaram o helicóptero da Polícia Civil, em mais uma tentativa de interromper uma operação policial ou de enfraquecer a instituição. O nosso copiloto da aeronave foi socorrido e está sob cuidados intensivos", diz a nota da instituição.
De acordo com os agentes, os criminosos operam de forma altamente organizada, contando com batedores, roubadores, receptadores e desmanchadores. O líder do grupo foi flagrado em diversas conversas coordenando as ações do bando, indicando alvos e negociando veículos roubados. Além dele, outros membros foram identificados.
Serviço
Local de doação: Hemorio – Rua Frei Caneca, 8, Centro, Rio de Janeiro
Horário de funcionamento: todos os dias, das 7h às 18h

Para mais informações sobre doação de sangue, acesse o site do Hemorio.
Investigação
As diligências demonstraram que os bandidos mantinham contato constante para planejar e executar os roubos. Durante a investigação, um dos comparsas da quadrilha foi preso em flagrante conduzindo uma van recém-roubada, confirmando a especialização do grupo nesse tipo de crime.
Investigações da Polícia Civil apontam ainda que a associação criminosa causou um prejuízo de mais de R$ 5 milhões ao setor de transporte turístico no estado somente em 2024.
A operação teve como objetivo desarticular a estrutura criminosa e garantir mais segurança para a população, especialmente motoristas de transporte alternativo e empresas de turismo. Além das prisões, os agentes buscam apreender armas, celulares e outros materiais que possam reforçar as provas contra os investigados.
A ação faz parte da segunda fase da “Operação Torniquete”, que tem como objetivo reprimir roubo, furto e receptação de cargas e de veículos, delitos que financiam as atividades das facções criminosas, suas disputas territoriais e ainda garantem pagamentos a familiares de faccionados, estejam eles detidos ou em liberdade. Desde setembro, já são mais de 450 presos, além de veículos e cargas recuperadas.