Manuella Valentina está internada no CTI do Hospital Estadual Alberto TorresArquivo Pessoal
Em relato ao DIA, a mãe da menina, a estudante de psicologia Letícia Marques Soares, de 21 anos, revelou que estava com a filha no momento da queda, mas que não conseguiu segurar o brinquedo a tempo. O acidente aconteceu na manhã da última segunda-feira (17).
"Eu vi tudo, quando eu desci a bichinha estava de barriga para baixo, parecia que ela tinha falecido e essas pedras de rio estavam ao lado dela. Foi Deus! Na rua tinha gente, a Manu pesa uns 26 kg, e eu sou bem magrinha, devo ter uns 55 kg, eu tirei ela da água mas não consegui levantar e comecei a gritar: 'socorro'. Aí vieram duas pessoas, um morador de lá e um rapaz que estava trabalhando. O morador pegou ela no peito, subiu e trouxe a gente aqui para o hospital", contou.
Além de bater a cabeça, a menina fraturou a costela e broncoaspirou a água do valão. "Ela foi um milagre na minha vida, porque quando eu vi que não ia conseguir parar a bicicleta, eu fui correndo já entrando no valão. Ela caiu e eu já fui pegando ela desacordada. Ela bateu a cabeça, teve que operar, no início me falaram que foi uma reconstrução mas hoje me falaram que ela teve um traumatismo craniano. Tem essa questão que cada um falar uma coisa até para não deixar a gente muito assustada", relatou a mãe.
Letícia explicou também que no dia do acidente ela e a filha estavam a caminho de uma loja para fazer melhorias na bicicleta.
"Eu fui com minha bicicleta e ela com a dela. Fomos até um 'cycle' mas não era aquele, aí eu liguei para minha mãe e ela falou que era outro. Então, o rapaz falou que ia abaixar o banco dela e encher o pneu para gente seguir numa rua que íamos chegar no 'cycle' que queríamos, só que quando a gente entrou na rua, não esperávamos por uma ladeira, então a Manuzinha perdeu o controle da bicicleta e caiu", recordou.
A mãe ressaltou que o caso foi um acidente, mas reclamou da falta de uma grade ou guarda-corpo para garantir a segurança das pessoas que passam pelo local. "Eu tentei segurar a bicicleta, mas a força foi tão grande que eu não consegui. Na frente do valão tem tipo um quebra-mola de entulho, a Manu pegou impulso ali, foi lá em cima e caiu direto no fundo", acrescentou.
Apesar da gravidade do caso, Manuella vem apresentando melhoras gradativas. "De ontem (sexta) pra hoje (sábado) eles tiraram a sedação, porque ela estava entubada. Ela está se recuperando bem, ela é muito forte. Ontem ela acordou com a sonda ainda e pediu água gelada, é um avanço e ela já começou a jantar também", contou Letícia.
Mesmo com a evolução, a menina ainda precisa de muitos cuidados. "Ela não lembra muito das coisas, lembra de mim e do acidente, ela fica falando que voou muito alto e caiu lá embaixo. Até então não sabemos de sequela, só a questão do esquecimento, se não lembrar tudo vai ter que fazer terapia. Ela chegou em estado grave, fazendo cirurgia na cabeça. Eu não quero dinheiro, quero nada, o maior perigo é que broncoaspirou água do pulmão, então teve grave risco de pegar uma pneumonia", afirmou a mãe.
A estudante, que também trabalha como motorista de aplicativo, conta que está sem "rodar" para ficar com a filha. "A gente está recebendo bastante doação de fralda, estamos aceitando, mas ela melhorando vou doar tudo, porque tem muita gente precisando. Nem eu e nem minha mãe estamos conseguindo trabalhar, e as doações estão ajudando muito até mesmo para conseguirmos vir e voltar do hospital. Mas a minha preocupação, tendo em vista que minha filha está estável, são as outras crianças que passam por ali”, reforçou.
Procurada, a Prefeitura de São Gonçalo informou que uma equipe da Secretaria de Conservação esteve no local neste sábado (22) e disse que há uma mureta de contenção na alameda onde houve o incidente. Na próxima semana, a equipe retornará para reforçar a limpeza da área e pintura da mureta.
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