Miriam LeitãoDivulgação

Rio - A jornalista e escritora Miriam Leitão, 72 anos, foi eleita nesta quarta-feira (30) para a cadeira número 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Anteriormente, o posto era ocupada pelo cineasta Cacá Diegues, que morreu em fevereiro deste ano. Com 20 votos entre os 37 acadêmicos atuais acadêmicos, Miriam superou o ex-senador e educador Cristovam Buarque, que obteve 14 votos.
A eleição na sede da ABL, no Rio. O pleito recebeu 16 cartas de intenção. Com sua entrada, Miriam Leitão se torna a quinta mulher entre os membros da instituição. 
Trajetória e legado
Nascida em Caratinga, Minas Gerais, em 7 de abril de 1953, ela é filha de educadores e iniciou a carreira como jornalista no Espírito Santo. Miriam passou por Brasília e São Paulo até se estabelecer no Rio de Janeiro. Com mais de cinco décadas de atuação na imprensa, ela tem passagens por veículos como "Gazeta Mercantil" e "Jornal do Brasil", e integra, desde 1991, o grupo Globo. Atualmente, é colunista do jornal "O Globo", comentarista política e econômica da TV Globo, GloboNews e CBN, além de apresentar o programa "Miriam Leitão", na GloboNews.
Autora de 16 livros, Miriam transita por diversos gêneros, da não ficção ao romance, passando pelas crônicas e pela literatura infantil. Entre os destaques de sua obra estão Saga Brasileira: "A longa luta de um povo por sua moeda" (2012), vencedor do Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Reportagem e Livro do Ano de Não Ficção, e "Amazônia na encruzilhada: o poder da destruição e o tempo das possibilidades" (2023), que rendeu a ela o Troféu Juca Pato de Intelectual em 2024.
Além de sua carreira intelectual, Miriam carrega uma história marcada pela resistência política. Em 1972, aos 19 anos e grávida, foi presa e processada durante a ditadura militar, sob a Lei de Segurança Nacional, por causa da militância política.