Rio - O cantor e compositor Danilo Caymmi lamentou a morte da irmã, da Nana Caymmi, nesta quinta-feira (1º). Ela estava internada na Casa de Saúde São José, no Humaitá, na Zona Sul, desde agosto de 2024, tratando de complicações decorrentes de uma arritmia cardíaca.
Visivelmente emocionado, Danilo lamentou a perda e destacou a importância de Nana para a música brasileira: "Estamos, na família, todos muito chocados e tristes. Ela passou nove meses sofrendo no hospital, na UTI. (...) O Brasil perde uma grande cantora. Uma das maiores intérpretes que o Brasil já viu, de sentimento, de tudo".
Danilo ainda pediu para que os fãs ajudassem a divulgar a notícia da morte da artista.
Carreira
Nascida Dinahir Tostes Caymmi em 29 de abril de 1941, no Rio de Janeiro, Nana era filha do compositor baiano Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris. Sua estreia no cenário musical ocorreu em 1960, ao gravar "Acalanto", canção composta por seu pai em sua homenagem .
Ao longo de mais de cinco décadas de carreira, Nana Caymmi consolidou-se como uma das vozes mais marcantes da música brasileira, interpretando obras de compositores como Tom Jobim, Milton Nascimento e Vinicius de Moraes. Entre seus sucessos, destacam-se "Resposta ao Tempo", "Não se Esqueça de Mim" e "Suave Veneno".
Em 1966, venceu o Festival Internacional da Canção com a interpretação de "Saveiros", composta por seu irmão Dori Caymmi e Nelson Motta. No ano seguinte, apresentou-se ao lado de Gilberto Gil no Festival de Música Brasileira da TV Record, com a canção "Bom Dia".
Nana Caymmi também participou de trilhas sonoras de novelas e séries, como "Hilda Furacão", da TV Globo, cuja abertura contou com sua interpretação de "Resposta ao Tempo".
Quando completou 80 anos, Nana manifestou o desejo de gravar as parcerias do irmão Dori com Nelson Motta. Também desejava cantar Milton Nascimento - um de seus grandes amigos - e Beto Guedes. "Se eu não gravei, são inéditas para mim", disse, reforçando uma insatisfação constante dos últimos anos, a de que não havia bons novos compositores para lhe fornecerem repertório.
Como uma metáfora da vida, Nana, também nessa entrevista, falou sobre seu sentimento ao gravar uma canção. "Ela acontece, assim como o amor. É como uma nascente, ela corre. Para quem consegue molhar o rosto nessa água límpida, como eu faço quando estou gravando, é um delírio", disse.
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