Alessandro Sorriso é presidente da Associação dos Motofretistas Autônomos e Entregadores do Distrito FederalAlessandro Sorriso/Arquivo Pessoal

Rio - O inverno de 2025 tem sido particularmente desafiador para os motoboys que circulam pelas ruas do Rio de Janeiro. Além das frentes frias típicas da estação, a cidade vem registrando um aumento significativo na frequência e intensidade das chuvas, o que cria um cenário de maior risco para os profissionais que trabalham com entregas por aplicativo.
Para o entregador de delivery Lucas Helmold, o frio e a chuva têm sido motivos significativos para pensar duas vezes em sair de casa. Os horários de maior número de entregas, que são à noite, vêm sendo quase que uma tortura para o trabalhador.
"Esse frio está realmente machucando quem precisa trabalhar na rua. Ainda mais com chuva eu tenho tentado encurtar a o tempo que fico na rua e sair nas horas boas para entregas. Tá difícil mesmo de sair de casa. Para incentivar os entregadores as empresas que realizam esses serviços podiam aumentar as taxas de entrega", diz o motoboy.
As baixas temperaturas registradas neste inverno, que em algumas regiões da cidade ficaram abaixo de 14 °C, aumentam a vulnerabilidade de profissionais expostos por longos períodos ao tempo. A exposição prolongada ao frio e à umidade contribui para o surgimento de doenças respiratórias, como gripes e resfriados. A Secretaria Municipal de Saúde reforça que trabalhadores de áreas externas devem, sempre que possível, utilizar roupas adequadas e impermeáveis e manter o corpo aquecido para evitar complicações de saúde.
Mesmo diante das adversidades do clima, os serviços de entrega seguem em plena atividade durante o inverno. Com o aumento das solicitações por aplicativos em dias frios e chuvosos, os motoboys continuam garantindo o funcionamento de uma cadeia essencial para a rotina urbana do Rio de Janeiro.
"A gente tem que trabalhar né, não tem jeito. Enquanto tiver entrega pra fazer eu vou continuar na rua. As vezes eu levo duas ou três mudas de roupa na bag pra evitar de ficar molhado. Até uma roupa impermeável extra eu carrego. Não dá pra ficar parado, porque se não as contas não fecham depois", revelou o entregador Saimon Douglas.