Rio – Apontado como um dos suspeitos de envolvimento no atentado contra o bicheiro Vinicius Drumond, no último dia 11, o policial militar da ativa Luiz César da Cunha, lotado no 15º BPM, se entregou à Polícia Civil nesta segunda-feira (21). Depois da apresentação na sede da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), os agentes cumpriram contra ele um mandado de prisão preventiva por tentativa de homicídio.
Cartaz do Disque Denúncia pede informações também por Adriano e CachoeiraReprodução
Segundo a Polícia Civil, as buscas por outros dois suspeitos continuam. São eles: Rafael Ferreira Silva, o Cachoeira, e Adriano Carvalho de Araújo.
Sobre a prisão do PM Luiz César, a Polícia Militar emitiu uma nota, na qual informa que colabora com as investigações da DHC e acompanha o caso por meio da Corregedoria e da Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM).
A PM acrescenta que solicitará à DHC as provas já levantadas e providenciará um Registro Policial Militar contra o policial, que irá responder a um processo administrativo disciplinar para avaliação sobre sua permanência ou não na corporação.
O comando da PM complementou afirmando que “não compactua com cometimento de excessos e crimes realizados por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos”.
O caso
Vinicius Drumond é apontado como um dos membros da nova cúpula do jogo do bicho do Rio. O ataque ao contraventor ocorreu por volta das 11h, na Avenida das Américas, a principal da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, perto da Estação Ricardo Marinho do BRT. O carro que ele conduzia recebeu ao menos 30 tiros, mas a vítima sofreu apenas lesões leves devido à blindagem do veículo.
De acordo com as investigações, depois da ação criminosa, os automóveis usados seguiram pela mesma via e acessaram a Avenida Lúcio Costa, para em seguida traçarem caminhos distintos. O veículo de onde partiram os tiros foi encontrado no bairro de Guaratiba, abandonado, com um dos pneus estourado, enquanto o outro foi para o município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ambos foram adaptados para serem usados no atentado, já que contavam com “seteiras”, como são conhecidos furos feitos na lataria ou nas janelas para que armas sejam posicionadas antes dos disparos.
Depois de abandonarem o automóvel em Guaratiba, seus ocupantes, todos portando armas longas e balaclavas, abordaram a proprietária de um outro veículo e a obrigaram a transportá-los até Nova Iguaçu, às margens da Rodovia Presidente Dutra. Lá, eles foram “resgatados” por outro integrante da organização criminosa.
Participação em outros crimes
Deivyd, o Piloto, e Rafael Ferreira, o Cachoeira, também seriam suspeitos de participação no assassinato do advogado Rodrigo Marinho Crespo, no Centro do Rio em fevereiro de 2024, e fazem parte de uma organização criminosa atuante em Duque de Caxias. Cachoeira chegou a ser preso em 2022 por participar do sequestro de uma mulher, em Nilópolis.
A vítima era parente de um homem que atuava no comércio de cigarros ilegais, negócio dominado pelo contraventor Adilsinho, que possui dois mandados de prisão, sendo um por organização criminosa e outro por homicídio. Cachoeira também é citado em um funk criado por integrantes da quadrilha de Adilsinho para comemorar o homicídio de Marquinhos Catiri, miliciano que era rival do bicheiro.
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