Polícia Civil identifica mulheres suspeitas de doparem turista britânico em IpanemaReprodução/Redes sociais

Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou e pediu a prisão preventiva, nesta quarta-feira (13), das três suspeitas de aplicar o golpe do 'Boa noite Cinderela' em turistas britânicos no Rio. Amanda Couto Deloca, Mayara Ketelyn Américo da Silva e Raiane Campos de Oliveira vão responder por roubo com violência imprópria, furto qualificado por fraude eletrônica e associação criminosa.
Turista caiu desacordado na Praia de Ipanema, na Zona Sul - Reprodução / Redes Sociais
Turista caiu desacordado na Praia de Ipanema, na Zona SulReprodução / Redes Sociais
O órgão justificou o pedido de prisão reforçando o histórico de crimes semelhantes e do risco de novos delitos. O caso aconteceu na madrugada do último dia 8 e é investigado pela Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat), no Leblon.
O que diz a denúncia
De acordo com a denúncia, oferecida pela 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial Centro e Zona Portuária, após participarem de um evento na Fundição Progresso, na Lapa, os turistas Mihailo Petrovic e Diego Bravo conheceram o trio. As denunciadas convidaram os visitantes a continuar a noite na orla de Ipanema, na Zona Sul, oferecendo caipirinhas com substância capaz de causar sonolência e desorientação.

Ainda no mesmo dia, o trio acessou indevidamente a conta bancária de Mihailo e tentou realizar uma transação não autorizada no valor de £16.000 (dezesseis mil libras). A operação não foi concluída devido à exigência de reconhecimento facial, mas as denunciadas conseguiram roubar £2.100 (duas mil e cem libras), sendo £300 utilizadas para compra de criptomoeda e £1.800 transferidas em quatro operações. Segundo o MPRJ, as acusadas repetiram o mesmo modus operandi em crimes anteriores.

O caso ganhou repercussão porque foi registrado em vídeo por uma testemunha, mostrando o trio embarcando em táxi logo após o crime, bem como os turistas vítimas do golpe já em estado alterado de consciência. O motorista confirmou o trajeto, e as vítimas reconheceram formalmente as autoras, reforçando a robustez das provas. Na denúncia, o MPRJ solicita ainda que as acusadas indenizem cada vítima em R$ 30 mil por danos materiais e morais.
Uma das suspeitas tem anotações pelo mesmo crime
Rayane Campos possui cerca de 20 anotações pelo mesmo crime. No ano passado, chegou a ser presa e condenada a seis anos de prisão, mas sua defesa recorreu pedindo a absolvição e liberdade, o que foi aceito por desembargadores da 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ).
O processo sobre Rayane foi iniciado após um turista inglês relatar que estava na Pedra do Sal, na região central, com um amigo. Lá conheceram três mulheres. Eles foram junto com o trio para um apartamento em Copacabana, na Zona Sul. Depois de beber um copo de água, ele ficou desacordado. Após acordar, percebeu que o celular havia sido furtado, assim como outros bens. O caso ocorreu em outubro de 2023.
A absolvição foi decretada em julho deste ano.