Clínica Amacor foi totalmente interditada nesta quinta-feira (11)Reprodução / Google Street View

Rio - A Polícia Civil interditou totalmente a clínica em que a jovem Marilha Menezes Antunes morreu durante um procedimento estético. Nesta quinta-feira (11), agentes lacraram as portas de consultórios, da sala de medicamentos e do centro cirúrgico, do Centro Médico Amacor, localizado na Rua Augusto de Vasconcelos, 535, em Campo Grande.
Na última terça-feira (9), peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) e fiscais da Vigilância Sanitária já haviam interditado o centro cirúrgico da clínica, onde a vítima passou pelo procedimento. 
Na ocasião, as equipes encontraram uma grande quantidade de medicamentos vencidos na farmácia do hospital, e principalmente no carrinho de parada cardíaca, que estava no local em que Marilha morreu. Duas responsáveis da clínica foram presas e liberadas após pagamento de fiança.
Os familiares de Marilha, que a acompanharam durante o procedimento, serão ouvidos na Delegacia do Consumidor (Decon), na segunda-feira (15), a partir das 11h. Léa Carolina Menezes Antunes, irmã de Marilha, pede por justiça.
"Fico com a esperança de que a justiça será feita e nenhuma outra mulher será morta na tentativa de realizar um sonho", afirmou ao DIA.
O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) também realizou uma fiscalização na clínica e informou que abriu uma sindicância para apurar os fatos. O procedimento corre em sigilo, seguindo todos os ritos obrigatórios do Código de Processo Ético-Profissional.
Sobre as prisões, a Amacor disse que "as funcionárias que compareceram à delegacia não foram presas. Elas foram conduzidas apenas para prestar esclarecimentos e foram liberadas no mesmo dia. Ressaltamos que não houve decretação de prisão de qualquer colaborador da clínica até o momento, uma vez que não existe nenhum indício de culpa ou de falha por parte da Amacor", em nota enviada ao DIA.
Marilha era saudável e havia completado 28 anos em 1º de setembro. Ela era técnica de segurança do trabalho e deixa um filho de 6 anos. Familiares e amigos deram o último adeus à jovem na tarde desta quarta-feira (10) no Cemitério da Cacuia, Ilha do Governador.
Família acusa erro médico e negligência
Segundo Carolina, houve demora para acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o médico responsável pelo procedimento apenas se dirigiu à delegacia para registro da ocorrência após a intervenção da Polícia Militar.
O cirurgião plástico também omitiu para a família que havia perfurado um órgão de Marilha e disse que a jovem havia sofrido uma bronco-aspiração e parada cardíaca. Após necrópsia, feita nesta terça-feira (9), o médico legista, no entanto, concluiu que Marilha morreu por choque hipovolêmico, hemorragia interna e ação perfuro contundente.
Na ocasião, a clinica Amacor destacou, ao DIA, que o procedimento foi realizado por uma equipe médica que alugou uma sala para a realização da cirurgia. A clínica é classificada como "One Day Clinic" (Hospital Dia) e o seu centro cirúrgico serve como uma hotelaria, ou seja, terceiros alugam o espaço para procedimentos.