Manifestação contra PEC da Blindagem e anistia reuniu milhares de pessoas em CopacabanaÉrica Martin/Agência O DIA

Rio - A manifestação contra a PEC da Blindagem, aprovada na Câmara na última semana, e à tentativa de anistia a envolvidos na trama golpista do 8 de janeiro, levou cerca de 41,8 mil pessoas à orla da praia de Copacabana, na Zona Sul, na tarde deste domingo (21). Os dados são do "Monitor do debate político", da Universidade de São Paulo (USP), e correspondem ao público reunido por volta das 16h, na altura do Posto 5.


Segundo a pesquisa, a margem de erro é de 12%, o que significa que o número pode variar entre 36,8 mil e 46,8 mil participantes no momento de pico. A estimativa foi obtida a partir de imagens aéreas analisadas com auxílio de software de inteligência artificial.
Na ocasião, o ato contou com a apresentação de diversos artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan, Ivan Lins, Lenine, Paulinho da Viola, Frejat, Maria Gadú e Marina Senna.
Ao longo dos shows, que aconteceram em cima de um trio elétrico, os cantores exaltavam frases como: "Salve o Brasil, salve a democracia, lutemos por ela sempre"; "Sem anistia e com democracia, esse é o Brasil". "Sem anistia e sem os bandidos do Congresso".

Além do Rio, protestos acontecem ao longo do dia em mais de 30 cidades pelo Brasil, mobilizados por movimentos ligados ao PT e ao PSOL. Em São Paulo, cerca de 42,3 mil manifestantes se reuniram na Avenida Paulista.
PEC da blindagem e anistia
Os atos mobilizados pela esquerda no país miram o Congresso, com críticas duras ao projeto da anistia a golpistas e à proposta de emenda à constituição que ganhou o apelido de PEC da Blindagem, por dificultar a responsabilização criminal de parlamentares.
A PEC foi aprovada pela Câmara dos Deputados na última terça-feira (16), com adesão massiva do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e também de outros partidos de oposição ao governo Lula. O PT, por sua vez, liberou a bancada e teve 12 deputados votando a favor da proposta no primeiro turno. Dois deles mudaram de posição na segunda rodada.
O texto diz que deputados e senadores só poderão ser presos em caso de flagrante por crime inafiançável, amplia o foro privilegiado e ainda restringe processos criminais contra os parlamentares.
Ela segue para aprovação do Senado. O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), relator da proposta, sinalizou que se posicionará pela rejeição.
Já o projeto de anistia ainda segue na Câmara. Na última quarta-feira (17), a Câmara aprovou urgência do tema. Na quinta-feira (18), o presidente da Casa, Hugo Motta, oficializou Paulinho da Força como relator do projeto.