Antonio Florencio de Queiroz Junior, presidente do Sistema Fecomércio RJ: incentivador do desenvolvimento socioeconômico do estadoDivulgação / Marco Terranova

Com o objetivo de apresentar caminhos para impulsionar o estado do Rio de Janeiro, a sétima edição do Movimento Rio em Frente debateu temas que impactam a população fluminense nos dias 1º e 2 deste mês, na sede da Fecomércio RJ, no Flamengo.
Apresentado pela Fecomércio RJ e realizado pelo DIA, o encontro promoveu oito painéis — cinco ao longo do primeiro dia e três na tarde do segundo dia. Todos foram mediados pelo jornalista George Vidor, que recebeu assessores da Presidência da Fecomércio RJ e especialistas convidados.
Transmitidos em tempo real, ampliando o alcance do evento por meio das plataformas digitais YouTube (O Dia Online) e Facebook (Jornal O Dia), os painéis estão disponíveis para quem não assistiu ou deseja rever o conteúdo.
Assim como em edições anteriores, o Movimento Rio em Frente contou com painéis dedicados a temas contemporâneos, que têm impacto direto na população fluminense e no setor produtivo. Questões como turismo e negócios, educação e inovação, trabalho e competitividade, ESG e sociedade e ambiente econômico e tributário estiveram em pauta, sempre com foco em soluções estratégicas que contribuam para o futuro do estado do Rio de Janeiro.
O presidente do Sistema Fecomércio RJ, Antonio Florencio de Queiroz Junior, falou sobre a relevância do projeto, criado em 2019: “Fortalecer o Rio de Janeiro passa por turismo, inovação, sustentabilidade, economia, cultura, segurança e educação continuada. O Movimento Rio em Frente mostra que, com diálogo e estratégia, é possível transformar desafios em oportunidades reais para o desenvolvimento do estado.”
Dialogar para avançar
O primeiro dia do evento começou com o painel “Tax Free + Stopover: estratégias para aumentar o fluxo de turistas e o consumo”. George Vidor recebeu o assessor Otavio Leite em um debate sobre as novas ferramentas que podem contribuir com o turismo e o desenvolvimento do Rio de Janeiro.
O setor turístico continuou em foco no segundo painel, quando a delegada titular da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (DEAT), Patrícia Alemany; o empresário Rodrigo Taveira, especialista em Segurança e Tecnologia; e o professor Eduardo Vilela subiram ao palco da Fecomércio RJ para abordar como a tecnologia pode colaborar com o turismo, unindo inovação e segurança.
Em seguida, o Movimento Rio em Frente foi retomado com mais um debate que destacou a relevância da tecnologia. Para o painel “Educação continuada no tempo da Inteligência Artificial”, o jornalista George Vidor recebeu Jorge Ávila, assessor da Fecomércio RJ e especialista em inovação e propriedade intelectual, com foco na educação continuada e impacto da Inteligência Artificial.
Na sequência, os assessores Jacqueline Lippi e Carlos Américo compuseram o painel “Negociação coletiva e as novas formas de relação de trabalho”. Juntos, os dois deram suas contribuições a respeito do processo que tem o objetivo de melhorar as condições dos trabalhadores por meio da modernização das relações trabalhistas.
Logo depois, o assessor da Fecomércio RJ e ex-secretário de Transportes do Rio de Janeiro, Delmo Pinho, se uniu ao jornalista George Vidor no último painel do primeiro dia, “Rio competitivo em 2032, com o fim dos incentivos fiscais”. O assessor convidou Filipe Coelho, presidente do Sindicarga, para debater as estratégias diante de uma nova estrutura tributária que deverá estar totalmente integrada ao planejamento estratégico e financeiro das empresas.
O segundo e último dia do Movimento Rio em Frente 2025 começou com o painel “Integridade, sustentabilidade e escuta ativa: a jornada do Sistema Fecomércio RJ”. Os assessores André Meira e Bruno Dubeux receberam a ouvidora e DPO do Sistema Fecomércio RJ, Renata Brandão, e conversaram sobre as diretrizes da instituição, sua evolução ao longo do tempo e sua relevância.
Na sequência, o jornalista George Vidor recebeu o assessor Marcelo Campos para o painel “Arte, cultura e comércio como ferramentas de inclusão e consciência social”. A artista indígena Luakã Anambé, que está com suas obras na exposição “Insurgências indígenas: arte, memória e resistência”, foi convidada para falar sobre o impacto da união desses três setores na transformação da sociedade.
Para encerrar a sétima edição do Rio em Frente, George Vidor recebeu os assessores da Fecomércio RJ Guilherme Mercês e Gilberto Alvarenga no painel “Ambiente de negócios no estado do Rio: economia e tributação”. Os desafios para manter o estado economicamente atrativo estiveram entre os temas do debate final da edição 2025 do Movimento Rio em Frente.

Movimento Rio em Frente ao longo dos anos
Criado em 2019, o Movimento Rio em Frente é um espaço estratégico e propositivo no qual empresários, especialistas e o Poder Público debatem soluções para o Rio.
A edição inaugural abriu diálogos sobre competitividade, turismo e o desenvolvimento econômico do estado.
Em 2020, o encontro focou as eleições municipais, promovendo entrevistas com os candidatos à Prefeitura do Rio.
No ano seguinte, em meio aos impactos da pandemia de covid-19, os debates focaram infraestrutura e ambiente de negócios.
Em 2022, seguiu o debate sobre a recuperação econômica pós-pandemia, com painéis sobre o papel do turismo como motor de crescimento.
Em sua quinta edição, o Rio em Frente discutiu a Reforma Tributária, focando os impactos no setor de Serviços.
Em 2024, os candidatos à Prefeitura apresentaram suas propostas e a Fecomércio RJ entregou sua Agenda Institucional.
Quem são os assessores da Presidência da Fecomércio RJ
Especialistas qualificados que analisam e contribuem com soluções estratégicas para os desafios do setor

- André Meira –
Integridade e Compliance
Responsável pela implantação do Programa de Integridade do Sistema Fecomércio RJ.
- Bruno Dubeux –
ESG e Sustentabilidade
Responsável por temas ligados à governança, responsabilidade social, meio ambiente e escuta ativa da sociedade.
- Carlos Américo – Negociação Coletiva e Relações Trabalhistas
Advogado trabalhista especializado em Direito Coletivo do Trabalho e Relações Sindicais. Atua na parte de consultoria jurídica estratégica de grandes empresas e entidades empresariais, com foco em negociação coletiva, estruturação de acordos e soluções que aliam segurança jurídica e competitividade empresarial.
- Delmo Pinho –
Logística e Infraestrutura
Ex-secretário de Transportes, traz experiência em logística, transporte e infraestrutura estratégica para o Rio.
- Gilberto Alvarenga –
Advogado e Mestre em Ciências Contábeis
Atua como Consultor Tributário da Fecomércio RJ.
- Guilherme Mercês - Economia e Desenvolvimento
Economista, consultor da Fecomércio RJ e ex-Secretário de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro. É coautor de dois livros sobre a economia brasileira e referência em economia fluminense.
- Jacqueline Lippi –
Relações Sindicais
Atua em negociações coletivas e temas relacionados à modernização das relações de trabalho.
- Jorge Ávila –
Educação e Inovação
Professor da Unirio e ex-presidente do INPI, especialista em inovação e propriedade intelectual, com foco na educação continuada e impacto da Inteligência Artificial.
- Marcelo Campos – Cultura e Inclusão Social
Especialista em cultura e economia criativa, trabalha na integração entre comércio, arte e inclusão social.
- Otavio Leite –
Turismo e Negócios
Ex-secretário de Turismo, com ampla atuação no setor, discute estratégias de atração de turistas e fortalecimento do consumo no estado.
PAINÉIS
Mais turistas e mais consumo

O evento começou com o painel sobre estratégias para aumentar o fluxo de turistas e o consumo no estado, com o assessor da Presidência da Fecomércio RJ, Otavio Leite, e o presidente da Invest Rio, Sidney Levy.
Otavio falou sobre o Tax Free, espécie de cashback fornecido a quem compra um produto sobre o imposto pago: “A pessoa fica estimulada a comprar mais e usar o recurso naquele território. O presidente Queiroz elegeu esse como um dos pontos para a gente perseverar. Conquistamos vitórias no Congresso e na Assembleia Legislativa. O estado está ultimando o edital para escolher a empresa que vai operar. O Tax Free será realidade.”
Sidney lembrou que um destino como o Rio participa da constante disputa global: “A Prefeitura definiu o turismo como mola propulsora de desenvolvimento, então, trabalhamos para aumentar o faturamento.”
Com a necessidade de mão de obra qualificada, Otavio revelou que a Fecomércio RJ lançará um hotel-escola.

Tecnologia a favor do turismo

A delegada Patrícia Alemany, o empresário Rodrigo Taveira e o professor Eduardo Vilela subiram ao palco da Fecomércio RJ para abordar como a tecnologia pode colaborar com o turismo.
“Não há nada na polícia de investigação e na ostensiva que seja feito sem a tecnologia. Com apoio da Fecomércio RJ, por exemplo, temos todos os quiosques, hotéis e restaurantes, do Leme ao Leblon, com câmeras diretamente ligadas aos batalhões de cada área”, destacou a delegada.
“O turismo é um dos grandes vieses econômicos do Rio de Janeiro. O que temos que olhar sempre é o aperfeiçoamento”, pontuou o professor.
E para aperfeiçoar a segurança pública em todo o estado e aumentar a sensação de segurança dos visitantes, Rodrigo Taveira falou sobre o papel da tecnologia: “As câmeras não são meros transmissores e armazenadores de dados. São, acima de tudo, sensores. Por meio daquela imagem e com o emprego da Inteligência Artificial, a gente consegue prever que aquele crime vai ocorrer.”

Inteligência Artificial e o trabalho

A tecnologia continuou em debate no painel “Educação continuada no tempo da Inteligência Artificial”, com o assessor Jorge Ávila, que destacou a IA como uma das grandes ferramentas para o desenvolvimento: “O motor da história e da evolução das sociedades foi a criação humana, foi a tecnologia que fomos construindo ao longo do tempo e que desemboca nessa surpresa espetacular: a IA. Até então, tínhamos uma automação de tarefas. Agora, há uma inteligência que ajuda a organizar tarefas e até planejar e comandar a execução das tarefas.”
Ávila falou da importância de conectar a IA à realidade dos profissionais e lembrou que o Fórum Econômico Mundial chamou os governos a pensar em uma requalificação massiva dos trabalhadores até 2030. “É um dos grandes desafios do Sistema S hoje e uma grande oportunidade para o Senac RJ prestar novos serviços relevantes para o Rio”, disse, ressaltando que a instituição já incorpora a IA aos currículos de programas de formação profissional.

Negociação nas relações de trabalho

Os assessores da Presidência da Fecomércio RJ Jacqueline Lippi e Carlos Américo compuseram o painel “Negociação coletiva e as novas formas de relação de trabalho”, dedicado à abordagem do processo para melhorar as condições dos trabalhadores por meio da modernização das relações trabalhistas.
“A gente passa por uma desarrumação que causa mais insegurança ainda. É o empregador procurando mão de obra, o trabalhador procurando emprego e os dois não se encontram”, disse Jacqueline, que chamou atenção para “vetores que muitas vezes constrangem os empregadores”: “Ao fim dessa linha, o principal vetor é a falta de segurança jurídica. Muitas vezes, ele quer melhorar, mas se sente inibido porque tem medo daquilo gerar, no futuro, uma condenação.”
“A Reforma Trabalhista representou um avanço significativo, ao ampliar as possibilidades de debate e autorregulação coletiva sobre temas historicamente de difícil tratamento”, disse Carlos Américo.

Rio competitivo na próxima década

Para o último painel do primeiro dia, “Rio competitivo em 2032, com o fim dos incentivos fiscais”, o assessor Delmo Pinho convidou Filipe Coelho, presidente do Sindicarga.
Delmo lembrou que o Rio, por ser o 2º maior PIB do Brasil, deveria ser, no mínimo, o 3º maior importador de bens do país, mas perdeu espaço. “Com a Reforma Tributária e o fim dos incentivos fiscais, a expectativa é que o segmento da logística no Rio venha a crescer muito. Quem tem boa infraestrutura, bons processos logísticos e mercado interno, como o Rio tem, vai ter muito a ganhar, porque perdeu algo que não deveria ter saído daqui”, explicou ele, ressaltando que o êxito vai depender da persistência do empresariado e de se prosseguir nos investimentos.
Ao citar que a falta de infraestrutura foi um dos motivos para a perda de espaço mencionada por Delmo, Filipe Coelho lembrou que o problema está sendo resolvido: “O Rio está se preparando bem na questão da infraestrutura logística.”

Ética e desenvolvimento

O painel “Integridade, sustentabilidade e escuta ativa: a jornada do Sistema Fecomércio RJ” reuniu os assessores André Meira e Bruno Dubeux e a ouvidora Renata Brandão.
André Meira destacou que a implementação do Programa de Integridade surgiu como uma determinação da Presidência. “Recebemos a missão de estabelecer uma verdadeira cultura de integridade na organização”, explicou, enfatizando que o comprometimento da alta direção foi fundamental para o sucesso.
Renata Brandão salientou que o trabalho da Ouvidoria se tornou mais ativo: “Temos projetos que levam a ouvidoria a todas as Unidades Sesc RJ e Senac RJ para que a gente consiga tornar a Ouvidoria mais que um elemento de remediação, mas um elemento de prevenção a irregularidades.”
Bruno Dubeux destacou a importância da instituição: “Quando vim pra cá, fiquei chocado com o tamanho da potência da Fecomércio RJ para ser um agente catalisador e transformador da nossa economia.”

Arte, cultura e inclusão

O assessor da Fecomércio RJ Marcelo Campos e a indígena Luakã Anambé compuseram o painel “Arte, cultura e comércio como ferramentas de inclusão e consciência social”. Campos falou sobre as exposições da Fecomércio RJ: “O trabalho tem cerca de três anos. A gente faz a revitalização das galerias e a realização de um circuito de itinerâncias das exposições do Sesc RJ. Inauguramos exposições, muitas vezes na sede do Sesc Flamengo, e elas itineram para as outras galerias”. Atualmente, no Centro Cultural Sesc Quitandinha, as bonecas indígenas criadas por Luakã estão na exposição “Insurgências indígenas: arte, memória e resistência”.
Luakã contou sua história a partir dos 7 anos, quando começou a trabalhar. Ela se encantou com uma boneca e pediu de presente à patroa: “Ela disse não, porque se comprasse eu deixaria de brincar com o filho dela. Falei que um dia eu ia crescer e comprar muitas bonecas”. A independência financeira de Luakã chegou, enfim, por meio das bonecas.

Ambiente de negócios no futuro

Para encerrar o Movimento Rio em Frente, os assessores Guilherme Mercês e Gilberto Alvarenga se uniram no painel “Ambiente de negócios no estado do Rio: economia e tributação”.
O consultor tributário Alvarenga avalia que as mudanças da Reforma Tributária sobre o consumo podem gerar efeitos positivos para o Rio. Segundo ele, “a tributação deixa de ocorrer na origem e passa para o destino, onde está o consumidor”. Isso pode fortalecer a arrecadação e o ambiente de negócios do estado.
“É natural esperar que as empresas repensem sua localização pós-reforma. Logo, esse é o momento decisivo para os estados conseguirem criar um ambiente favorável, o que passa por investir em mão de obra qualificada, infraestrutura e segurança pública. Até 2033, os incentivos fiscais terão papel essencial na decisão das empresas. O Rio que evitar aumentos da carga tributária”, disse Mercês, alertando para a importância dos incentivos fiscais para a competitividade do estado.