Moacyr Luz convive com a doença de Parkinson há 17 anosMarluci Martins / Divulgação
Moacyr Luz passa por cirurgia para redução de sintomas do Parkinson
Procedimento do compositor acontece no Einstein Hospital Israelita, em São Paulo, nesta terça-feira (14)
Rio - Há 17 anos lutando contra a doença de Parkinson, o compositor Moacyr Luz foi internado no Einstein Hospital Israelita, em São Paulo, na manhã desta terça-feira (14). O artista passa por uma cirurgia que pode mudar completamente a qualidade de vida dele.
A O DIA, Marluci Martins, mulher do fundador do Samba do Trabalhador, contou que o procedimento pode ultrapassar de oito horas. "É uma cirurgia longa, que vai durar pelo menos cinco horas, mas pode chegar a oito. Ela se chama Deep Brain Stimulation (DBS) — Estimulação Cerebral Profunda, em português. Serão colocados eletrodos que mandam estímulos elétricos aos neurônios", explicou.
De acordo com o site do médico responsável pelo procedimento feito em Moacyr, o neurocirurgião Erich Fonoff, a Estimulação Cerebral Profunda é o procedimento cirúrgico de maior eficácia no tratamento dos sintomas da doença de Parkinson.
" DBS é aplicado por eletrodos muito delicados e por isso não danifica nem lesa o tecido cerebral. Em vez disso, bloqueia os sinais defeituosos que causam tremores e outros sintomas. O tratamento consiste na estimulação elétrica em diversas regiões do cérebro. A corrente elétrica utilizada é muito pequena – feita em pontos estratégicos do cérebro por meio de implante dos eletrodos, que são, na sua maioria, profundos", afirmou o site.
Com o procedimento, sintomas motores e alguns não motores da doença de Parkinson, como tremor, a rigidez, a lentidão dos movimentos e os movimentos involuntários, são quase totalmente controlados. O efeito das medicações também é potencializado. Pacientes que passam pela cirurgia têm uma redução, em média, de 50% das medicações.
De acordo com Marluci, a expectativa é que Moacyr tenha alta na próxima quinta-feira (16). A jornalista contou que, ultimamente, o músico sofre bastante com os sintomas da doença.
“A maior preocupação da gente é com os tombos. Ele não tem equilíbrio, a marcha tá muito comprometida. É uma doença lenta, que começou em 2008 com uma rigidez, dores no ombro, dores no braço… Ele não está mais conseguindo ir à praia, se alimentar sozinho, beber sozinho, sair com os amigos. Comprometeu muito a qualidade de vida dele. Para dormir é muito difícil, se virar na cama é difícil, tem insônia, pesadelos. Isso tudo comprometeu muito a qualidade de vida dele”, revelou.
"A expectativa é que ele volte a ter uma vida normal ou muito perto disso, que ele consiga tocar na plenitude e ter uma vida mais independente. Ele quer tocar como tocava antes", contou Marluci. A esposa do músico ainda revelou que ele já tem planos para depois do procedimento. "A partir do dia 30 de outubro começa um projeto importante do Samba do Trabalhador. Serão oito quintas-feiras na Arena Jockey, com convidados. E a expectativa está toda voltada para esse primeiro show dele pós-cirurgia", adiantou.
O músico ficou sabendo da cirurgia depois de pesquisar por outro procedimento. "A gente a gente inicialmente pensou em fazer o HIFU, que é um ultrassom que reduz pelo menos 70% dos tremores. Começamos a procurar profissionais e chegamos até o Dr. Erich Fanoff. Ele é de São Paulo e a gente mora no Rio, então passamos por uma consulta online e ele falou: ‘Por que fazer ultrassom e melhorar apenas os tremores, se eu posso melhorar todos os seus sintomas com a cirurgia de DBS?’. Então decidimos fazer", lembrou.
Em seguida, Marluci disse que Moacyr foi para São Paulo, onde passou por uma série de testes que confirmaram que o músico estava apto a passar pela cirurgia. "Finalmente se concretiza hoje um dia de muita expectativa para ele e para mim. Ele está muito ansioso, não é nem medo, é ansiedade mesmo. Ele falou: ‘Eu queria ter feito ontem para se livrar e ver como vai ficar’. A ansiedade é para que passe logo também esses dias, porque não vai sair da cirurgia correndo por aí, né? Tem que ter paciência", desejou.

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