A angústia por uma cirurgia no Rio

Isabele, eu tô saindo agora e encontrei com essa senhora aqui na frente do trabalho, com esse cartaz. Ela quer muito falar com você”.

A mensagem foi enviada pelo meu colega, Maurício… E na foto, junto do áudio, tinha essa senhora, numa sexta muito chuvosa, com um cartaz na mão e um pedido de socorro.

Era a Ivanilse Lisboa, moradora do Catumbi. O pedido não era pra ela, mas para a amiga, Rosilene, que segundo ela, está há 6 meses na luta para operar um lipoma no abdômen.

“Ela está desesperada, e nós somos muito fãs do seu trabalho, da sua voz. Minha amiga fez os exames no Hospital dos Servidores, passou por 5 consultas, até chegaram a falar que iriam marcar a cirurgia, mas ninguém deu um papel, um parecer a respeito. Estamos preocupadas”, conta Ivanilse.

Rosilene está desempregada, não tem plano de saúde, e chegou a fazer exames detalhados no particular, com a ajuda do cartão de crédito da amiga pra pagar! Mas a cirurgia é algo impossível pra elas financiarem! É gente trabalhadora, com dinheiro contado, ou às vezes que nem tem, e quando tem, é da mão pra boca! Precisam do sistema público de saúde e de uma resposta.

“A nossa esperança é você. Ela pediu a cópia do prontuário e foi informada que não tinha nenhuma anotação de consulta, exame e cirurgia. Não entendemos nada”.

Fico muito grata pela confiança no meu trabalho e por saber que, eu consigo ser a voz de muita gente que sequer consegue ser ouvida… Eu já falei isso aqui, mas não canso de repetir!

Se for pra ser instrumento de luta desse povo, bora pra cima.

A coluna vai atrás de uma resposta, para entender o porquê da Rosilene, mesmo com todos os exames já feitos, não conseguir fazer a cirurgia.

Um simples post, sem qualquer intenção de boa samaritana, longe de mim, mas pra incentivar mesmo o reconhecimento de quem ganha pouco e trabalha muito…

Tô falando de um storie que fiz no sábado, dia de chuva, um dilúvio! O aplicativo de comida me avisou que o cara estava chegando e iria de bicicleta.

Não é a primeira gorjeta que dou, mas aquilo me pegou mesmo… Eu, com preguica de sair de carro pra pegar comida, e o cara pedalando na chuva! Dei uma gorjeta a mais, que não importa, mas acho que pra eles o que valeu mais foi o storie.

Muitos vieram me falar que não recebem, de bike ou de moto… Nada!

Reforço aqui: o aplicativo facilitou nossa vida e ganha cada vez mais… Os caras arriscam a vida, correm, pedalam…

Se você parar muito pra pensar, nem quer fazer parte de uma "exploração" como essa. Fiz o mínimo que sempre martela na minha cabeça.

Nem todo mundo pode dar um "gorjetona", mas de pouco em pouco, ajuda!

Que não é novidade, todo mundo sabe, mas eu não consigo me acostumar com essa maldade com os cavalos pelas ruas do Rio…

O registro foi na esquina do Morro do São Carlos, no Estácio. Na foto enviada para a coluna, 4 cavalos… Na real, eram 6! Todos sendo chicoteados pelos jovens, alguns menores de idade, e levados para o meio da Rua Estácio de Sá, super movimentada.

Todo mundo vê, mas ninguém faz nada, só quando os bichinhos agonizam abandonados! Não é possível que ninguém apreenda e levem esses cavalos para um local seguro. E isso se estende a porcos e outros animais, que circulam por muitas comunidades da cidade…

Pode parecer delírio, mas se tem blitz pra tudo que é veiculo, “tem que ter” também pra quem usa bicho como meio de transporte, ué!

Por isso, se você me perguntou se tá feio ou tá bonito… Fiscalizar é obrigação, e tenho dito!