Leo Pelanca assina o documento elaborado pelos prefeitos, questionando a concessionária sobre os problemas Foto Divulgação
Prefeitos elaboram questionamentos à Enel, por iniciativa do Cidennf
Documento é definido durante assembleia; CPI em Campos apura denúncias contra concessionária
São Fidelis – Alvo de uma série de reclamações em municípios do norte/noroeste do estado do Rio de Janeiro, a Enel é questionada por prefeitos das duas regiões, sendo alvo de CPI em Campos dos Goytacazes. Os gestores estão mobilizados, em busca de posicionamento da empresa, quanto aos serviços irregulares que, segundo avaliam, impactam diretamente setores produtivos, serviços essenciais e o cotidiano da população.
A iniciativa é do Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense (Cidennf), que articulou, nessa quinta-feira (3), durante Assembleia Geral Ordinária realizada em São Fidélis, a formalização de documento com todos os questionamentos à concessionária, que é responsável pelo serviço de energia elétrica na região.
O documento foi elaborado em comum acordo entre os prefeitos do consórcio, que é presidido pelo gestor de Italva, Leonardo Orato Rangel (Leo Pelanca). Ele tem acompanhado as reuniões para cobrar ações da empresa e avalia a recente reunião como mais um passo importante na busca para solucionar os problemas relacionados ao fornecimento de energia elétrica.
Mais de 40 pontos de demandas dos municípios integrantes do Cidennf constam do documento (assinado por Leo Pelanca), que será entregue aos diretores da Enel, Anna Paula Hiotte Pacheco (presidente e diretora de regulação) e José Nunes de Almeida Neto (relações institucionais).
O presidente lembra que, em março, os prefeitos se reuniram com representantes da concessionária na Câmara dos Vereadores de Cardoso Moreira: “Esse documento foi realizado após a reunião com a Enel em Cardoso. É um tema importante que vem sendo acompanhado pelo Cidennf, pois une as demandas de todos os municípios participantes”.
INSTAURADA CPI - Leo Pelanca enfatiza que a população paga caro pela energia e precisa de um serviço de qualidade em suas casas: “Um serviço ruim leva prejuízo para todos os setores da região, da casa de família ao empresário, passando pela agricultura e comércio".
Com prazo de operação de 180 dias, a Câmara Municipal de Campos acaba de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para apurar possíveis irregularidades da concessionária, com foco no município. Composição e critérios foram publicados no último dia dois.
Tendo na presidência Nildo Cardoso (PL), fazem parte também Diego Dias (PDT), Dudu Azevedo (Republicanos), Kassiano Tavares (PP) e Thamires Rangel (PMB). A Enel informa que ainda não foi notificada sobre a CPI. Nildo confirma: “Ainda não é o momento. Em uma investigação, primeiro ouvimos as vítimas; por isso, a Enel deverá ser a última a ser ouvida sobre as possíveis práticas abusivas”.
ENEL SE MANIFESTA - A empresa assinala que mantém uma relação de diálogo e transparência com cliente e autoridades públicas do município e que está à disposição para contribuir com os trabalhos da comissão. “É o que esperamos, porque, temos informação de que a distribuidora é uma das líderes de reclamações junto ao Procon, que será ouvido por nós”, pontua Nildo.
Seguindo os passos da Câmara de Campos, o Legislativo de São Francisco de Itabapoana também articula a instauração de uma CPI contra a Enel, com a mesma finalidade. Na sessão se terça-feira (1) houve aprovação, por unanimidade, de moção de repúdio à empresa. O presidente da Câmara, Alexandre Barrão, aponta uma série de problemas enfrentados pela população: “Vão desde a falta de energia até a baixa voltagem”, resume.
Alexandre relata que a Enel presta péssimo serviço na infraestrutura da cidade: “Falta de energia, energia com baixa qualidade; muita gente tendo geladeira queimada; igrejas deixando de funcionar; sorveteria derretendo todo sorvete. Um péssimo serviço em várias cidades. Campos dos Goytacazes criou lá uma CPI e aqui não será diferente. Após essa moção de repúdio estaremos pensando em abrir uma CPI contra a Enel”.
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