Durante o cumprimento dos mandados em São Francisco, os agentes apreenderam vários materiais Foto Polícia Federal/Divulgação
Trata-se da segunda fase da operação, deflagrada com apoio da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e unidades filiadas. No Estado do Rio de Janeiro, os agentes da PF deram uma geral em São Francisco de Itabapoana, na região norte, onde apreenderam documentos e mídias, entre outros materiais que servirão para subsidiar a investigação.
Dentro do contexto nacional, a PF de Campos dos Goytacazes atuou representando à Justiça Federal no Inquérito Policial, também abrindo sindicância pelo mandado de busca e apreensão cumprido nesta data, no município de São Francisco.
O caso, por enquanto, corre sob sigilo; mas, embora não tivesse participado da ação, o delegado-chefe da delegacia da jurisdição de Campos, Wesley Amato, afirma que as investigações continuam.
Não houve prisão, o que deve depender da sequência do inquérito: “Todo material foi apreendido na casa de uma pessoa e será periciado”, resume o delegado sem dar maiores detalhes, por conta de critérios da operação; no entanto, não está descartada a possibilidade de a rede de fraudadores ser extensa no interior do estado.
Segundo a PF, os mandados foram cumpridos em 17 estados e no Distrito Federal, “com foco em pessoas (popularmente chamadas ‘laranjas’) que cederam contas pessoais para receber recursos oriundos de golpes e fraudes contra clientes bancários”.
Em nota, a PF explica que “a operação faz parte do Projeto Tentáculos, que tem como um dos principais pilares um Acordo de Cooperação Técnica entre a Polícia Federal e a Febraban, vigente desde outubro de 2017, que se consolidou como referência interna e internacional de cooperação Público/Privada no combate às fraudes bancárias eletrônicas”.
“LUCRO FÁCIL” - Em outro trecho, pontua que nos últimos anos, “detectou um aumento considerável da participação consciente de pessoas físicas em esquemas criminosos, para os quais ‘emprestam’ suas contas bancárias, mediante pagamento”.
De acordo ainda com a Polícia Federal, “este ‘lucro fácil’, com a cessão das contas para receber transações fraudulentas, possibilita a ocorrência de fraudes bancárias eletrônicas que vitimam inúmeros cidadãos”.
Na mesma publicação, a PF alerta: “Emprestar contas bancárias para receber créditos fraudulentos é crime, além de provocar um dano considerável aos cidadãos, quer pelo potencial ofensivo deste tipo de conduta delitiva, que tem sido um dos principais vetores de financiamento de organizações criminosas, como também pelos prejuízos financeiros a milhares de brasileiros”.
“As penas podem chegar a oito anos de prisão, mais multas, e ainda serem agravadas se os crimes forem praticados com o uso de servidor mantido fora do Brasil, ou ainda se a vítima for uma pessoa idosa ou vulnerável”, conclui. Na primeira fase da operação, realizada em agosto de 2022, foram cumpridos 43 mandados de busca em 13 Estados e no Distrito Federal.
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