As obras do Hospital da Mãe no Colubandê estão paradas há oito anos.Reprodução
O colegiado realizou quatro vistorias nas maternidades dos hospitais Estadual Azevedo Lima, Mário Niajar, Santa Cruz da Serra e Adão Pereira Nunes. Entre as principais recomendações estão a garantia de políticas públicas de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente no que se trata de orçamento do estado; implantação de fluxo de transferência de gestantes e puérperas de forma a ter protocolo único e efetivo; a melhoria de condições de trabalho e a adequação de salários de profissionais de saúde para que sejam compatíveis com a sua ocupação.
“Em seis meses de atuação, a frente identificou uma série de violações, como o aumento do número de mortes neonatal e materna, as péssimas condições de trabalho dos profissionais de saúde no estado do Rio, com casos graves de violência nos municípios do Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo. A morte neonatal é o que chama mais atenção. Grande parte delas é decorrente de sífilis e de um pré-natal sem acompanhamento. Endereçamos este relatório ao Ministério Público, ao Ministério Público do Trabalho, à Defensoria Pública e à Secretaria de Estado de Saúde”, afirmou a presidente do colegiado, deputada Mônica Francisco (PSol).
Um dos pontos levantados na reunião foi a superlotação do Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, assim como a peregrinação de gestantes para a unidade de saúde para conseguir atendimento. Segundo o relatório, o hospital conta apenas duas enfermeiras, cinco técnicos de enfermagem, e realiza de 18 a 20 procedimentos a cada 24 horas, entre cesarianas, curetagens e partos normais.
A deputada Enfermeira Rejane (PCdoB), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e integrante da frente, destacou a precariedade nas condições de trabalho dos profissionais de saúde. “Este relatório trouxe muitos subsídios para continuar a discussão após a conclusão da frente. Um dos principais problemas que a gente identifica é a questão dos recursos humanos, seja da enfermagem ou dos médicos. Essa questão repercute em várias outras, porque ela reflete na qualidade do parto e do atendimento à gestante”, comentou.
Única vereadora mulher de São Gonçalo, Priscilla Canedo (PT) também luta na Alerj junto com a deputada estadual Zeidan, do mesmo partido, para garantir a retomada das obras do Hospital da Mãe.
"É que um esqueleto abandonado há oito anos, às margens da RJ 104, no bairro Colubandê, seria o Hospital da Mãe, que garantiria para São Gonçalo, a segunda cidade mais populosa do estado, uma maternidade para atender os casos de alto risco que a cidade não oferece, pois a única maternidade municipal recebe apenas os casos de baixa e média complexidade", defende Canedo.
Projeto – Orçada em mais de R$ 37 milhões, o projeto prevê que um andar inteiro do prédio de cinco pavimentos seja destinado a uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal. No primeiro andar, consta uma recepção, área de espera, consultórios, quatro salas equipadas com ultrassom, raios-X, entre outras dependências.
No segundo andar estão previstos 40 quartos com capacidade para dois leitos cada, totalizando 80 leitos. O terceiro pavimento abrigará seis UTI’s, além de quarto de isolamento. No quarto andar, estarão localizadas 14 salas de pré-parto, parto e pós-parto; três salas de parto cirúrgico e uma sala para parto normal. Haverá ainda um espaço para observação do recém-nascido. O último andar abrigará a sala de máquinas.
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