Combustível é utilizado desde junho deste anoDivulgação

O projeto BioVassouras encerra o ano com resultado positivo em mais um abastecimento do caminhão da Coleta Seletiva da prefeitura de Vassouras com biodiesel produzido pelos alunos do Curso de Engenharia Química da Universidade de Vassouras. O combustível, feito a partir de óleo residual de fritura/óleo de soja, é utilizado no abastecimento do caminhão de coleta seletiva, em caráter experimental, desde 15 de junho deste ano. Segundo a prefeitura, a iniciativa se mostra eficaz e garante a circulação do veículo pelas ruas do centro.
Inovador no estado do Rio de Janeiro, o projeto tem o objetivo de conscientizar a população para o descarte correto do óleo residual, além de preservar os recursos hídricos, o solo e evitar danos ao encanamento das residências. Pesquisa da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) estima que um em cada quatro litros de óleo consumidos é descartado de forma incorreta, o que representa mais de 700 milhões de litros ao ano lançados no meio ambiente sem o devido cuidado e controle.
O dado ainda é mais alarmante quando se sabe que apenas um litro de óleo de cozinha usado é capaz de contaminar cerca de 25 mil litros de água. “O biodiesel reduz de forma significativa a emissão de gases poluentes, sendo sucesso consolidado e fruto de muito trabalho. Este projeto revela que estamos no caminho certo para a preservação do meio ambiente”, ressaltou o secretário municipal de Ambiente, Danilo Pereira.
O BioVassouras, parceria entre a Universidade de Vassouras e a prefeitura, por meio da Secretaria do Ambiente, Agricultura e Desenvolvimento Rural, compreende um conjunto de ações para o fortalecimento da Educação Ambiental. O projeto também conta com o apoio e parceria da Cesbra Biodiesel. Professores e alunos do curso de Engenharia Química já debateram o assunto através do tema “A disseminação da ciência na produção de biodiesel, sabão e bioplástico com óleo residual de fritura”. através da realização de oficinas para os alunos da Rede Municipal de Ensino.
A coordenadora do curso de Engenharia Química da Universidade de Vassouras, Cristiane Siqueira, falou dos avanços e dificuldades do projeto experimental. Entre as etapas a serem vencidas, segundo a pesquisadora, está o processo produtivo que precisa avançar. “Os óleos coletados provem de diferentes origens (restaurantes, lanchonetes, escolas) e suas características dificultam o processo, principalmente em relação a retirada de resíduos, umidade e variação da acidez. Isto precisa ser dinamizado”, ressaltou a coordenadora do curso, acrescentando que o grupo de trabalho conta com a colaboração do doutor e pesquisador Eduardo Cavalcanti, do Instituto Nacional de Tecnologia do Rio de Janeiro.