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Rio - Dor de cabeça, cansaço, fraqueza, sonolência e ansiedade. Esses são alguns dos sintomas que podem surgir em quem interrompe o consumo de café de maneira abrupta. Apesar do risco de dependência em cafeína ser relativamente baixo quando comparado a outras drogas, os sintomas de abstinência surgem em média 12h a 24h após a pausa do consumo do café, atingindo um pico depois de 20h a 48h e podendo se estender por alguns dias. Mas afinal, porque a cafeína vicia? Quais os benefícios e prejuízos da substância no organismo?

De acordo com a nutricionista clínica Paula Viana, o hábito de tomar café está relacionado à quantidade diária ingerida. "A cafeína é uma substância dose-dependente. Ou seja, seu uso crônico está associado a habituação e tolerância. Essa habituação pode ser atingida a partir de uma ingestão diária acima de 100 mg, correspondente a aproximadamente 2 xícaras de café", explicou Paula.

Tomar aquele cafezinho, no entanto, pode trazer benefícios à saúde desde que não ultrapasse o limite diário de 8 xícaras (400 mg). Aumento na queima de gorduras, melhora da capacidade de alerta e vigília, melhor desempenho na prática esportiva e diminuição da sensação de dor são alguns dos pontos positivos de quem ingere produtos ricos em cafeína.

"A substância atua diretamente no sistema nervoso central e pode ser encontrada em vários medicamentos, frequentemente utilizados no combate às dores de cabeça. Cafeína possui efeito analgésico por si só, e isso também depende da dose ingerida", esclareceu Juliana Pandini, coordenadora do curso de Nutrição do Centro Universitário Celso Lisboa.

Mas não são apenas fatores positivos, entretanto, que acompanham o consumo de café. Redução na qualidade do sono, aumento da sensação de irritação, elevação da pressão arterial e crescimento do sentimento de ansiedade são alguns dos prejuízos que podem vir acompanhados da ingestão da cafeína. Além disso, o consumo em excesso acaba resultando na tolerância à própria substância. "Particularmente, resolvi parar de tomar café quando percebi que quando eu o tomava, ele apenas me deixava num estado normal de disposição e humor. Ele me fazia não me sentir mal pela ausência dele. Mas não me trazia mais aqueles benefícios que eu sentia no início", exemplificou a nutricionista Paula Viana.

Além dos grãos de café, o composto químico da cafeína pode ser encontrado também no cacau, chocolate, chimarrão, chás, erva-mate, noz de cola, frutos do guaraná, energéticos e refrigerantes do tipo cola. Dependendo da quantidade ingerida, estes produtos podem trazer as mesmas consequências do café para a saúde, portanto, é preciso ficar atento. Uma lata de energético tem, por exemplo, cerca de 80 mg de cafeína, enquanto uma dose de 120 ml de café expresso contém aproximadamente 120 mg da substância.

Apesar da recomendação médica estipular como limite 8 xícaras diárias de café, alguns grupos devem ter especial atenção. Grávidas e lactantes não devem ultrapassar 4 xícaras. Já para os adolescentes, a tolerância é de apenas 2 xícaras. No caso das crianças, não é indicado o consumo.

 

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