Por O Dia
Rio - Em tempos de pandemia e com o maior uso da internet, a mídia digital tornou-se o alvo principal. Com ela, aumentou a atenção dos internautas quanto aos detalhes do rosto, desde o contorno dos olhos, ao perfil do nariz e queixo e algumas ruguinhas que antes passavam despercebidas. O fenômeno motivado pelas redes sociais fez com que a rinoplastia e a blefaroplastia (que elimina bolsas nos olhos) tenham sido alguns dos procedimentos mais procurados.
A palavra "selfie" tem origem inglesa e vem do termo "self portrat" que nada mais é que o "autorretrato" no bom e velho português. Para ter uma dimensão do fenômeno chamado selfie, uma pesquisa revelou que jovens chegam a gastar três a quatro horas por mês fazendo a própria foto.
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"Há um aumento no número de pacientes incomodados com a imagem que veem nas fotos e querem corrigir as imperfeições faciais", afirma o cirurgião plástico Fernando Nakamura. "As pacientes chegam a se queixar no consultório que querem melhorar o nariz, a região dos olhos ou até mesmo as orelhas, pois não saem bem na selfie", completa.
Como a ideia das pessoas é mostrar sempre o melhor de si, essas imagens são a primeira impressão que elas colocam para o mundo em busca de amigos, romances até mesmo um novo emprego. Elas colocam a venda a maneira como querem ser vistos. Esse movimento tem influência direta no mercado da cirurgia plástica, que tem agora o desafio de ajudar os internautas se sentirem mais bonitos através de intervenções e correções das imperfeições no corpo e principalmente no rosto.
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Para a psicóloga Katree Zuanazi, do Instituto Brilhar Saúde Mental, é muito importante buscar melhorar como pessoa, tanto no aspecto psíquico, quanto no físico. Segundo ela, é necessário se cuidar e ter vaidade, sendo esse um dos pilares da saúde mental. "A vaidade só é negativa quando passa dos limites e se torna exagerada. A pessoa não pode depender de um procedimento para ser feliz. Porém, quem se ama, se cuida. E isso é um reflexo de uma boa autoestima".
A especialista explica que quem não busca melhorar a aparência é porque não tem amor próprio. "É normal e saudável buscar evoluir. A problemática só começa quando ela quer alcançar uma perfeição que não existe. Quando se faz um retoque, muda algo que incomoda, é sinal de que a pessoa está buscando sua melhor versão", conta.